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Decisão do Fed leva Bovespa de volta aos 60 mil pontos
Com corte no juro, Bolsa avança 1,28%; Dow Jones chega a subir 1,6%, mas fecha em baixa
Apesar de melhora, Bolsa brasileira ainda contabiliza
perdas de 5,63% no ano; cenário de incertezas ainda deve continuar no mercado
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro respirou com a nova redução na taxa
básica de juros americana. Antes de o BC dos EUA anunciar o
corte nos juros, as Bolsas operavam em queda em resposta à
decepção com o pífio crescimento da economia americana
no último trimestre de 2007.
Para a Bovespa, que subiu
1,28%, o pregão de ontem representou a retomada do patamar dos 60 mil pontos, que não
atingia desde o último dia 14.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones operava com baixa em
torno de 0,25% quando o Fomc
(comitê do BC americano que
define os juros) anunciou a redução de 3,5% para 3% nos juros do país, no fim da tarde de
ontem. Logo após a decisão, o
Dow Jones, que reúne as 30
ações americanas de maior liquidez, passou a subir e alcançou na máxima ganhos de 1,6%.
Todavia, no fim do pregão, a
Bolsa de Nova York reverteu o
rumo e fechou em queda de
0,30% (leia texto ao lado)
Na Europa, as Bolsas já haviam encerrado suas operações
quando houve o anúncio do
Fomc. A Bolsa de Londres teve
recuo de 0,81% ontem; a de
Frankfurt perdeu 0,26%.
Em Tóquio, o índice Nikkei
teve baixa de 0,99%.
Ontem o banco suíço UBS
apresentou novas estimativas
de perdas decorrentes da crise
do "subprime", que podem alcançar os US$ 11,4 bilhões no 4º
trimestre -isso colaborou para
esfriar os negócios na região.
Outra instituição financeira
européia que desagradou foi o
francês BNP Paribas, que divulgou projeção menor para seu
lucro devido à crise.
Apesar da resposta positiva
do mercado à decisão do Fed, a
economista-chefe do Banco Fibra, Maristela Ansanelli, alerta
para os períodos difíceis que os
investidores ainda enfrentarão
no médio prazo. "O pacote do
governo Bush e os cortes de juros realizados pelo Fed ajudam
a fazer com que a crise não continue se estendendo. Mas o primeiro semestre deve reservar
ainda muita turbulência, com
resultados e dados econômicos
preocupantes", diz Ansanelli.
As incertezas em relação ao
futuro da maior economia do
mundo e o temor de um período de recessão têm afetado o
desempenho das Bolsas neste
começo de 2008. Nos principais mercados acionários do
planeta, o que se vê ainda são
perdas acumuladas no ano.
A Bovespa registra desvalorização de 5,63% neste primeiro
mês de 2008. Se a aversão dos
investidores internacionais ao
risco diminuir, a Bolsa brasileira pode tentar retomar seus picos históricos -no começo de
dezembro, a Bovespa superou
os 65 mil pontos. Ontem a Bolsa fechou na máxima, aos
60.289 pontos. A pontuação representa o valor de mercado
das empresas e oscila com o sobe-e-desce das ações.
"Ninguém sabe ao certo a dimensão dessa crise. Além dos
cortes nos juros, o Fed deixou
claro que, se for preciso, voltará
a agir", diz Ansanelli.
Ao cortar os juros, o BC americano cria chances de elevar o
consumo e estimular a economia, o que é positivo para o desempenho das empresas e suas
ações na Bolsa.
De sua parte, o governo de
George W. Bush elaborou um
pacote bilionário para auxiliar
os cidadãos americanos.
No segundo semestre do ano
passado, o setor de crédito imobiliário americano de alto risco
(o "subprime") passou a enfrentar dificuldades. Esse problema inicialmente localizado
se espalhou, afetando primeiro
o resultado de grandes bancos e
depois contaminando a economia como um todo.
Para a Bolsa de Valores de
São Paulo, o cenário de incertezas se reverteu em venda maciça de ações pelos estrangeiros.
Dados computados até o dia 23
mostraram que os estrangeiros
mais venderam que compraram ações no montante de R$
5,086 bilhões.
Em comparação aos dias difíceis da Bolsa, o câmbio tem se
comportado de forma mais
tranqüila. Ontem o dólar registrou queda de 0,06%, para ser
vendido a R$ 1,781. No ano, tem
leve alta de 0,23%.
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