São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

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EUA lançam "força-tarefa" para tentar fortalecer a classe média

DE NOVA YORK

Em cerimônia na Casa Branca com representantes de entidades sindicais especialmente convidados, o presidente Barack Obama lançou uma "força-tarefa" para buscar medidas com o objetivo de fortalecer a classe média norte-americana.
A coordenação do grupo ficará a cargo do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, que convidou representantes de sindicatos, economistas e outros "notáveis" para ajudá-lo.
O anúncio foi feito no dia da divulgação de que o PIB norte-americano recuou 3,8% no últimos trimestre de 2008.
"Bem-vindos de volta à Casa Branca", disse Biden em discurso na cerimônia, procurando assim marcar as diferenças entre o atual governo e o de George W. Bush na relação com os meios sindicais.
Os sindicatos foram uma das grandes forças propulsoras e capilares da campanha vitoriosa da chapa Obama-Biden. As estruturas de centenas de sindicatos foram usadas não só em serviços de telemarketing pedindo apoio aos então dois candidatos como houve um grande esforço de convencimento pessoal de eleitores, com visita a milhares de casas no país, feitas por sindicalistas.
O presidente e seu vice quiseram deixar claro que os sindicatos terão influência e espaço nas discussões econômicas daqui em diante. "Não vejo os movimentos sindicais como um problema, mas como parte da solução para muitos problemas", disse Obama.
Na mesma cerimônia, Obama assinou três decretos concedendo vantagens aos trabalhadores e sindicatos em contratações realizadas pelo setor público federal. Segundo os sindicatos, as decisões deverão reverter práticas adotadas durante os mandatos de Bush.
As medidas obrigarão a agência ou órgão federal que estiver contratando trabalhadores para determinadas funções a manter os mesmos empregados quando houver mudanças de contratos e colocam impedimentos para que esses mesmos entes públicos adotem restrições à prática sindical.
Biden afirmou, por sua vez, que o principal foco de seu programa voltado à classe média é o que qualificou como "uma restauração da importância do local de trabalho", daí a importância da atividade sindical.
"Por muitos anos a Casa Branca fracassou em colocar a classe média norte-americana à frente e no centro de nossas políticas econômicas. Mesmo quando a economia crescia, a classe média decaiu. A produtividade cresceu cerca de 20% entre 2000 e 2007, mas a renda das famílias trabalhadoras caiu US$ 2.000 ao ano no período."
Embora Obama e Biden não tenham definido quem exatamente pertence à classe média, eles disseram que as medidas a serem adotadas em conjunto com os sindicatos deverão alcançar temas mais simples, como creches para filhos de trabalhadores, segurança no trabalho e planos e consultoria para aposentadoria. O plano incluiu a criação de site para obter sugestões e apresentar resultados. (FCZ)


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