São Paulo, domingo, 31 de janeiro de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Projeto de lei dos terceirizados irá gerar desemprego no call center, diz sindicato

A novo projeto de lei que regulamenta a terceirização no país, proposto pelo Ministério do Trabalho em parceria com as centrais sindicais, preocupa o setor de call center, que acredita que a medida irá colocar o mercado em risco, implicando aumento do desemprego.
O Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos) afirma que as relações comerciais e trabalhistas entre as tomadoras e prestadoras de serviço irão se tornar inviáveis.
"Ao término de um projeto de prestação de serviços, o pessoal contratado para atender tal operação terá de ser dispensado, o que vai aumentar o custo com verbas trabalhistas, além do crescimento do nível de desemprego no país", afirma Stan Braz, presidente executivo do Sintelmark.
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique, discorda do sindicato e afirma que o objetivo do projeto de lei é regulamentar a terceirização. "O projeto que estamos elaborando não vai acabar com o call center. Vai melhorar a situação do trabalhador", diz Henrique.
Para ele, "o que está acabando com o setor [de call center] e com o mercado de trabalho no Brasil é a terceirização".
Na avaliação do presidente da CUT, o projeto não irá causar desemprego. "Muito pelo contrário. Queremos que esses terceirizados sejam contratados pela empresa que contratou o call center."
Já o presidente do Sintelmark acrescenta que a lei comprometerá o desenvolvimento do setor. "O projeto está indo na contramão da versatilidade e produtividade no atendimento aos consumidores e, inclusive, culminará no não cumprimento da Lei do SAC", afirma.
De acordo com o projeto de lei, que foi encaminhado para a Casa Civil, as empresas contratantes que fazem uso do serviço de call center para se relacionar com os seus consumidores serão responsáveis pelas obrigações trabalhistas e previdenciárias dos funcionários das prestadoras contratadas.
O projeto também estabelece os mesmos direitos e remuneração para os profissionais, com base nos acordos coletivos celebrados pelo sindicato da categoria profissional preponderante da empresa cliente.
"É uma forma de lotear o setor de call center para outros sindicatos, não permitindo que o setor cresça", completa Braz, do Sintelmark.
O Ministério do Trabalho não quis se manifestar.

"O projeto está indo na contramão da produtividade no atendimento aos consumidores"
STAN BRAZ
presidente executivo do Sintelmark

"O projeto que estamos elaborando não vai acabar com o call center. Vai melhorar a situação do trabalhador"
ARTUR HENRIQUE
presidente da CUT





JUSCELINO MARTINS
O empresário do Grupo Martins indica o livro "One From Many", de Dee Hock


RECUPERAÇÃO
O BNDES aprovou em caráter emergencial, no âmbito do Fundo Cultural, apoio financeiro de R$ 1 milhão em recursos não reembolsáveis, para a associação IES (Instituto Elpídio dos Santos), que atua nos trabalhos de recuperação de São Luiz do Paraitinga (SP).

HISTÓRICO
De acordo com a proposta apresentada pelo IES ao BNDES, os recursos emergenciais serão usados na instalação de escritório técnico sob supervisão do Iphan, para obras de recuperação, em serviços emergenciais de salvamento nas edificações, como limpeza e proteção dos escombros, no suporte psicológico à população e no uso de mão de obra local.

CÉU DE BRIGADEIRO
A suíça Pilatus Aircraft entregou cem unidades do turboélice PC-12 em 2009. No Brasil, onde é representada pela OceanAir Táxi Aero, do Grupo Synergy, a Pilatus entregou cinco unidades, e superou 20 aeronaves em operação. A maior parte da frota é usada no agronegócio.

SEGURADO

O mercado de seguros voltado para pessoas, que abrange seguros prestamistas, educacionais, de vida individual e de grupo, cresceu 16,76% em novembro de 2009. No período, o segmento movimentou R$ 1,156 bilhão em prêmios de seguros, segundo a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).
O destaque foi a retomada do seguro prestamista, que cresceu 28,16% e movimentou R$ 233 milhões. O crescimento do prestamista acompanha a movimentação das vendas no varejo. Ele oferece cobertura ao financiamento de bens, como eletrodomésticos e eletrônicos.
Em novembro de 2007 e de 2008, a comercialização desse seguro diminuiu, devido à queda das vendas no varejo, provocada pela crise.

DIRETO DE DAVOS

EUA X CHINA 1
Em reunião fechada no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, discutia-se que a maior dificuldade não é sair da crise financeira internacional, mas vencer o desequilíbrio global que levou a ela. Um membro do governo americano culpou a desvalorizada moeda chinesa, que é fixada ao dólar.

 

EUA X CHINA 2
Já uma autoridade chinesa disse que o problema era a política expansionista norte-americana. "Se os Estados Unidos aplicassem a política correta, subindo juros, diminuiriam a liquidez, valorizariam o dólar e, consequentemente, o yuan."

 

SEM RESERVAS
Henrique Meirelles, presidente do BC brasileiro, recebeu críticas de outro presidente de banco central de um país desenvolvido em relação às reservas dos países emergentes. "Por que vocês precisam ter reservas?", questionou. "Quem sabe se quando você chamar o Brasil de desenvolvido, não precisaremos mais delas", respondeu a autoridade monetária brasileira.

com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANIK

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