São Paulo, sábado, 31 de março de 2007

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Lucro do Pão de Açúcar cai 14,5% em 2006

Se forem consideradas despesas pontuais, como a demissão de 120 executivos, queda nos ganhos do grupo alcança os 66,7%

Deflação em algumas categorias de alimentos ajuda a justificar diminuição do lucro; rede quer elevar foco no comércio eletrônico


TATIANA RESENDE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O lucro líquido do Grupo Pão de Açúcar, que inclui a rede de lojas de mesmo nome e as marcas Extra, CompreBem e Sendas, foi de R$ 220 milhões em 2006, queda de 14,5% com relação a 2005. Se consideradas despesas pontuais, como a demissão de 120 executivos para a eliminação de dois níveis hierárquicos no grupo e processos das operações de exportação de soja, o lucro foi de R$ 85,5 milhões, o que representa uma diminuição de 66,7% no mesmo comparativo.
Já a receita líquida teve um crescimento de 3,5% no período. Para conquistar maior participação no mercado, o grupo fez uma reestruturação com foco na redução de despesas operacionais e, com os ganhos de eficiência, diminuir os preços para o consumidor.
Apesar da abertura de 21 novas lojas, houve o fechamento de outras 28, por exemplo. Os novos pontos incluem quatro unidades do Extra Perto, que marcou a entrada do grupo no segmento de varejo de conveniência. "A bandeira Pão de Açúcar já teve aumento no número de clientes", disse o diretor financeiro do grupo, Enéas Pestana, sem informar, no entanto, qual foi o crescimento no "market share".
Em 2006, houve deflação em algumas categorias de alimentos, o que ajuda a justificar a diminuição do lucro porque as empresas precisam vender mais para elevar a receita.
A margem bruta sobre o lucro, que era de 29,6% em 2005, caiu para 28,6%. "Esse um ponto percentual custa R$ 140 milhões", afirmou Pestana, acrescentando que vai manter a margem nesse nível.
Os produtos não-alimentícios responderam por 26,5% das vendas. A performance do segmento foi impulsionada principalmente pela categoria de eletroeletrônicos, com destaque para informática.
Os aportes totalizaram R$ 854,3 milhões, dos quais R$ 261,4 milhões foram investidos na abertura de novas lojas e R$ 182,6 milhões na aquisição de terrenos estratégicos.
Para este ano, a rede prevê a abertura de 10 hipermercados e 20 supermercados e o foco no segmento de não-alimentos, com o fortalecimento do comércio eletrônico. A previsão é a de um crescimento de 5% nas vendas totais, comparando com lojas existentes em 2006.
Outra meta para 2007 é a recuperação das vendas e a lucratividade no Rio de Janeiro, especialmente com a marca Sendas, responsável por boa parte da dívida do grupo.


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