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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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DRAGÃO ADORMECIDO

Índice recua 0,42% em julho, resquício da queda do dólar

IGP-M acumula deflação de 1,67% em três meses

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Os preços medidos pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) apresentaram em julho deflação pelo terceiro mês seguido. A queda de preços foi de 0,42%. Em junho, havia sido de 1%, e, em maio, de 0,26%. O índice acumula alta de 5,46% no ano e de 25,25% nos 12 meses encerrados hoje.
Segundo os dados da FGV (Fundação Getúlio Vargas), foi a segunda vez na história do IGP-M, criado em 1989, que houve deflação por três meses consecutivos. A outra foi em julho, agosto e setembro de 1998.
A diferença é que, enquanto naquele período a queda acumulada ficou em 0,41%, agora ela já representa redução de preços de 1,67%.
O economista Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV, avalia que o recuo dos preços decorre mais de resquícios da queda do dólar em relação ao real do que da redução da demanda por produtos no mercado interno.
Ele concorda com a tendência conservadora do BC na redução dos juros básicos. A queda neste mês foi de 1,5 ponto percentual (de 26% para 24,5% ao ano).
"Acho que há um processo recessivo, mas ele não é a principal causa da deflação", afirmou.
A maior prova, segundo Quadros, é que o peso da deflação está mais concentrado no atacado, enquanto em 1998 a pressão era maior no varejo.
O IPA (Índice de Preços por Atacado), que representa 60% na composição do índice geral, registrou também três meses consecutivos de deflação, fato inédito na história do IGP-M, acumulando queda de preços de 3,49% em maio, junho e julho.
Neste mês, a queda do IPA foi de 0,75%, o que representou uma desaceleração no ritmo da queda de 0,92 ponto percentual sobre a queda de 1,67% de junho.
A desaceleração na queda do IPA, para Quadros, indica que a tendência deflacionária está se esgotando e que, possivelmente já em agosto, o IGP-M voltará a ser positivo. Mas ele avalia que não há pressões inflacionárias significativas à vista.
Os preços no varejo medidos pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que representa 30% no IGP-M, só não mostraram deflação por causa dos aumentos das tarifas telefônicas.
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que representa 10% do IGP-M, apresentou alta de 0,59% em julho, contra 0,74% em junho.


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