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COMBUSTÍVEIS
Governo decide não divulgar mais ao público lista com preço considerado teórico
Tabela de gasolina é abandonada
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governou desistiu de divulgar
tabela com preço "teórico" dos
combustíveis. A criação e divulgação da tabela havia sido anunciada no final de maio como forma
de forçar a redução no preço da
gasolina. Na ocasião, a ministra
Dilma Rousseff (Minas e Energia)
disse que o governo faria uma
ampla fiscalização nos postos que
cobrassem preços acima dos divulgados como "referência".
Na época, o ministério disse que
a tabela seria publicada sempre
que houvesse queda no preço da
gasolina na refinaria, para orientar o consumidor e pautar a fiscalização. O governo difundiu só a
tabela da gasolina, mas a intenção
era divulgar os valores "teóricos"
de outros combustíveis.
Ontem, a secretária de Petróleo
e Gás do Ministério de Minas e
Energia, Maria das Graças Foster,
disse que a tabela dos preços "teóricos" não será mais divulgada,
embora uma nova tenha sido elaborada. "A gente não está mais divulgando pela falta de compreensão que gerou aquele valor teórico
de referência. É uma ferramenta
de trabalho nossa", afirmou.
Ou seja, o consumidor não será
mais informado do preço que o
governo julga justo para a gasolina. A tabela será usada só para
que o ministério acompanhe o
mercado e oriente a fiscalização.
No final de maio o governo
ameaçou "virar do avesso" a contabilidade dos postos e prometeu
que os donos dos estabelecimentos que cobrassem acima da tabela iriam correr risco de punição.
Desde então, o preço da gasolina nos postos das capitais caiu,
em média, 6,89%. Quando o governo divulgou sua tabela de preços "teóricos", o preço estava acima do "de referência" em 17 capitais de Estado. Hoje, o preço só está acima em duas capitais -Manaus (AM) e Recife (PE), considerando a divulgação de maio.
Segundo Gil Sciufo, presidente
da Fecombustíveis (Federação
dos Revendedores de Combustível, entidade que representa os
donos de posto), a queda nos preços "não tem absolutamente nada
a ver" com a ameaça de fiscalização. Segundo ele, não houve arrocho da fiscalização do governo em
relação aos postos que estavam
cobrando acima da tabela.
Queda no consumo
Sciufo disse que a redução do
preço da gasolina nos postos se
deve a três fatores econômicos:
redução no preço do álcool anidro, ajustes nas tabelas de cobrança de ICMS e queda do consumo.
Ele disse que o preço do álcool
caiu de R$ 0,60 para R$ 0,40 por litro, o que afetou o preço da gasolina comum, que é misturada com
álcool anidro. A redução de consumo, estimada pela Fecombustíveis em 9% neste ano em relação a
2002, contribuiu para a queda nos
preços. "Existe competição e, com
menos consumo, essa competição fica acirrada", disse Sciufo.
Para Sciufo, "o consumidor estaria pagando a mais se estivéssemos seguindo a tabela do governo". A última redução no preço
da gasolina na refinaria aconteceu
em abril, quando houve redução
de 6,5% no preço da gasolina e de
8,6% no preço do óleo diesel.
Gás de cozinha
O governo poderá negociar
com a Petrobras uma redução no
preço do gás de cozinha, informou ontem a secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e
Energia, Maria das Graças Foster.
Segundo ela, essa negociação
será feita tendo em vista que a Petrobras "é uma empresa que tem
como acionista majoritário o governo". Ela informou que a intenção do governo é fazer o preço do
botijão cair entre R$ 6 e R$ 10.
Ontem, ela disse que na próxima terça-feira será colocada em
consulta pública uma portaria da
ANP (Agência Nacional do Petróleo) sobre a regulamentação do
setor. Uma das mudanças será
permitir que os revendedores
possam vender botijões de qualquer distribuidora.
Até novembro, o governo quer
mudar o tratamento dado à comercialização de solventes, a fim
de evitar adulterações, a relação
entre distribuidor e revendedor
de gasolina e a eliminação de cotas para a compra de combustível.
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