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Banco de Esteves entra na gestão da TAM
Banqueiro e Bologna, que atuaram na abertura de capital da empresa, representarão a família Amaro no conselho
Mudança ocorre após
resultados ruins e perdas
com operações de hedge
de combustível e de câmbio
provocadas pela crise global
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
A BTG, de André Esteves, assumiu ontem a gestão do patrimônio da família Amaro, controladora da TAM Linhas Aéreas, a maior companhia aérea
do país, e da TAM Aviação Executiva. O contrato foi assinado
com a TEP (holding da família).
Já há algumas semanas especulava-se que poderia haver
mudanças no comando da
TAM, principalmente depois
da divulgação dos resultados no
início deste ano.
O Conselho de Administração da TAM passará a contar
agora com dois novos integrantes, o próprio André Esteves,
presidente da BTG, e Marco
Antônio Bologna, que presidiu
a companhia aérea de 2004 a
2007 e voltou à empresa em
março no comando da aviação
executiva.
Esteves e Bologna representarão a família no controle da
TAM. Se ela não apresentar resultados significativos em pouco tempo, é possível uma troca
no comando da empresa.
"Vimos, na parceria com a
BTG, uma forma de trazer para
o âmbito de nossa holding uma
inteligência de mercado com
visão experimentada em diferentes segmentos", disse a presidente do Conselho de Administração da TAM, Maria Cláudia Amaro.
Seu irmão, Maurício, presidente do Conselho de Administração da TAM Aviação Executiva, afirmou: "Esperamos as
melhores contribuições para a
identificação de oportunidades
e para o desenvolvimento de
nossas empresas. Mas é importante ressaltar que a palavra final será sempre do acionista".
A relação da TAM com sócios
da BTG é antiga, desde a época
em que eles comandavam o
banco Pactual. Foi o Pactual
que fez a abertura de capital da
TAM, em 2005. De acordo com
o comunicado divulgado ontem, o contrato não envolve
participação de capital, mas
uma remuneração integralmente relacionada à performance da ação da TAM.
Perdas
Em 2008, a TAM teve prejuízo de R$ 1,3 bilhão, após fortes
perdas com operações de hedge
de combustível e a depreciação
do real ante o dólar em razão da
crise global. O presidente da
TAM, David Barioni, que assumiu em 2007, vindo da Gol, não
se pronunciou sobre as mudanças. Na semana passada, previu
resultados ruins para a companhia no segundo trimestre. O
balanço sai em agosto.
"O segundo trimestre normalmente é o mais difícil do
ano, e este não foi diferente,
Nós tivemos um forte impacto
com a gripe suína, com a liberação tarifária, que vieram a dificultar muito o mercado internacional." E acrescentou:
"Agora, daqui para a frente, vamos ver o que acontece com o
3º e o 4º trimestres, que são
época de alta temporada".
Barioni foi um dos principais
opositores da medida da Anac
(Agência Nacional de Aviação
Civil) que reduziu preços mínimos para voos internacionais.
A BTG, fundada por Esteves,
Pérsio Arida e outros sócios no
ano passado, administra cerca
de US$ 1,5 bilhão em patrimônio próprio e de clientes.
"O contrato representa um
marco na combinação nas atividades de "wealth management", "private equity" e "merchant banking" da BTG", disse
Carlos Fonseca, sócio da BTG.
"A TEP chegou a um momento de sua trajetória em que,
para perenização das suas companhias, é preciso ampliar a capacidade de avaliação de toda a
dinâmica de negócios da indústria de aviação", afirmou Maria
Cláudia Amaro.
Com a Redação e a Bloomberg
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