São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

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INTEGRAÇÃO

Argentina não estará pronta para liberar comércio de veículos em 2006

Mercosul deve adiar carro sem taxa

DE BUENOS AIRES

A Argentina não estará pronta em 2006 para liberalizar o comércio de automóveis e autopeças, conforme prevê o acordo automotivo do Mercosul. Segundo declarou o secretário de Indústria argentino, Alberto Dumont, ao jornal "El Cronista", "por causa da atual situação na Argentina, não se deve chegar a um acordo de livre comércio" nesse setor.
A Folha apurou que o governo brasileiro vai concordar em conceder mais prazo ao parceiro antes que os carros e partes passem a circular livre de tarifas de comércio no bloco, que inclui ainda Uruguai e Paraguai. A nova data, porém, ainda será discutida.
A indústria automotiva argentina tem pedido mais tempo ao governo para modernizar o parque e, principalmente, passar a produzir carros populares.
Em 1994, quando o Mercosul começou a negociar o acordo automotivo, a Argentina especializou-se em carros utilitários, médios e picapes. O Brasil, por sua vez, concentrou a produção principalmente em carros pequenos.
A contração do poder aquisitivo na Argentina por causa da crise econômica aumentou a demanda por modelos populares. O Brasil, então, passou a exportar mais para o vizinho. Os carros brasileiros respondem por 60% do mercado argentino, enquanto os modelos argentinos são apenas 3% do consumo do Brasil.
É por causa dessa diferença que o governo argentino quer mais tempo. O país quer acesso a linhas do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor automotivo. (CLÁUDIA DIANNI)


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