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INTEGRAÇÃO
Argentina não estará pronta para liberar comércio de veículos em 2006
Mercosul deve adiar carro sem taxa
DE BUENOS AIRES
A Argentina não estará pronta
em 2006 para liberalizar o comércio de automóveis e autopeças,
conforme prevê o acordo automotivo do Mercosul. Segundo declarou o secretário de Indústria
argentino, Alberto Dumont, ao
jornal "El Cronista", "por causa
da atual situação na Argentina,
não se deve chegar a um acordo
de livre comércio" nesse setor.
A Folha apurou que o governo
brasileiro vai concordar em conceder mais prazo ao parceiro antes que os carros e partes passem a
circular livre de tarifas de comércio no bloco, que inclui ainda
Uruguai e Paraguai. A nova data,
porém, ainda será discutida.
A indústria automotiva argentina tem pedido mais tempo ao governo para modernizar o parque
e, principalmente, passar a produzir carros populares.
Em 1994, quando o Mercosul
começou a negociar o acordo automotivo, a Argentina especializou-se em carros utilitários, médios e picapes. O Brasil, por sua
vez, concentrou a produção principalmente em carros pequenos.
A contração do poder aquisitivo
na Argentina por causa da crise
econômica aumentou a demanda
por modelos populares. O Brasil,
então, passou a exportar mais para o vizinho. Os carros brasileiros
respondem por 60% do mercado
argentino, enquanto os modelos
argentinos são apenas 3% do consumo do Brasil.
É por causa dessa diferença que
o governo argentino quer mais
tempo. O país quer acesso a linhas
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) para o setor automotivo.
(CLÁUDIA DIANNI)
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