São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Eletrosul, Eletronorte e Chesf entram em leilão

Subsidiárias da Eletrobrás buscam parceiros privados

DA SUCURSAL DO RIO

Eletrosul, Eletronorte e Chesf, subsidiárias da Eletrobrás, anunciaram ontem que estão em busca de parceiros privados para participar do leilão da usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, em Rondônia.
O leilão está previsto para outubro, e a usina tem capacidade instalada de 3.150 MW. A segunda usina, de Jirau, tem capacidade de 3.300 MW e deverá ser licitada em 2008.
As estatais vão receber propostas de empresas interessadas até o dia 5 de setembro. Antes do anúncio, Furnas era a única subsidiária da Eletrobrás interessada em participar do leilão em parceria com a Odebrecht e com os bancos Santander e Banif. Os dois bancos montaram um fundo de investimento para receber adesões de investidores institucionais.
À Folha, o presidente da Chesf, Dilton da Conti, confirmou que a empresa e as demais subsidiárias de geração da Eletrobrás vão entrar no leilão do Madeira. Ele afirmou que já negocia com grupos interessados em formar um consórcio com a geradora que atua na região Nordeste, sem revelar, porém, o nome dos interessados.
Conti disse que o ingresso de outras empresas do grupo Eletrobrás na disputa foi a forma encontrada pelo governo para equilibrar a participação estatal no leilão. Muitos grupos privados reclamavam da associação de Furnas e Odebrecht. As duas foram responsáveis por todo o estudo de viabilidade dos aproveitamentos hidrelétricos no rio Madeira.
Inicialmente, o governo estudava realizar o leilão apenas com empresas privadas. O vencedor se associaria ao final da concorrência com a Eletrobrás para concluir o projeto.
O modelo, porém, não vingou por causa do contrato entre Furnas e Odebrecht, que se queixou da possibilidade de perder sua parceira estratégica. Desse modo, a solução encontrada foi abrir o leilão à participação de outras estatais do grupo Eletrobrás -sempre limitada a 49%, ou seja, o controle do empreendimento será privado.
Conti diz que o financiamento das usinas será por meio de "project finance" -modelagem pela qual o próprio projeto e suas receitas futuras constituem a garantia do empréstimo. O BNDES será o principal provedor de crédito.
Somente na usina de Santo Antonio o investimento previsto é de R$ 11 bilhões, dos quais o BNDES emprestará, ao menos, R$ 7 bilhões. O presidente da Chesf diz que o retorno sobre o capital previsto é de 12% a 15% nas usinas do Madeira.
Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e diretor da Coppe, avalia que a limitação da participação estatal a 49% é estúpida", pois o agente privado "entra menos capitalizado e vira controlador do empreendimento". (JL e PS)


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