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Eletrosul, Eletronorte e Chesf entram em leilão
Subsidiárias da Eletrobrás buscam parceiros privados
DA SUCURSAL DO RIO
Eletrosul, Eletronorte e
Chesf, subsidiárias da Eletrobrás, anunciaram ontem que
estão em busca de parceiros
privados para participar do leilão da usina hidrelétrica de
Santo Antônio, no rio Madeira,
em Rondônia.
O leilão está previsto para
outubro, e a usina tem capacidade instalada de 3.150 MW. A
segunda usina, de Jirau, tem
capacidade de 3.300 MW e deverá ser licitada em 2008.
As estatais vão receber propostas de empresas interessadas até o dia 5 de setembro. Antes do anúncio, Furnas era a
única subsidiária da Eletrobrás
interessada em participar do
leilão em parceria com a Odebrecht e com os bancos Santander e Banif. Os dois bancos
montaram um fundo de investimento para receber adesões
de investidores institucionais.
À Folha, o presidente da
Chesf, Dilton da Conti, confirmou que a empresa e as demais
subsidiárias de geração da Eletrobrás vão entrar no leilão do
Madeira. Ele afirmou que já
negocia com grupos interessados em formar um consórcio
com a geradora que atua na região Nordeste, sem revelar, porém, o nome dos interessados.
Conti disse que o ingresso de
outras empresas do grupo Eletrobrás na disputa foi a forma
encontrada pelo governo para
equilibrar a participação estatal no leilão. Muitos grupos privados reclamavam da associação de Furnas e Odebrecht. As
duas foram responsáveis por
todo o estudo de viabilidade
dos aproveitamentos hidrelétricos no rio Madeira.
Inicialmente, o governo estudava realizar o leilão apenas
com empresas privadas. O vencedor se associaria ao final da
concorrência com a Eletrobrás
para concluir o projeto.
O modelo, porém, não vingou por causa do contrato entre Furnas e Odebrecht, que se
queixou da possibilidade de
perder sua parceira estratégica.
Desse modo, a solução encontrada foi abrir o leilão à participação de outras estatais do grupo Eletrobrás -sempre limitada a 49%, ou seja, o controle do
empreendimento será privado.
Conti diz que o financiamento das usinas será por meio de
"project finance" -modelagem
pela qual o próprio projeto e
suas receitas futuras constituem a garantia do empréstimo. O BNDES será o principal
provedor de crédito.
Somente na usina de Santo
Antonio o investimento previsto é de R$ 11 bilhões, dos quais
o BNDES emprestará, ao menos, R$ 7 bilhões. O presidente
da Chesf diz que o retorno sobre o capital previsto é de 12% a
15% nas usinas do Madeira.
Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e diretor
da Coppe, avalia que a limitação da participação estatal a
49% é estúpida", pois o agente
privado "entra menos capitalizado e vira controlador do empreendimento".
(JL e PS)
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