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Gradiente vende a marca Philco por R$ 22 milhões
Grupo de investidores adquire marca e pretende licenciá-la para a Britânia
Valor é metade do que a Gradiente havia pago ao Itaú pela Philco, há dois anos;
para analistas, objetivo é contornar crise financeira
DA REPORTAGEM LOCAL
A Gradiente informou ontem
que vendeu a marca Philco,
comprada há dois anos do Grupo Itaú, para um grupo de investidores que pretende licenciá-la para a Britânia Eletrodomésticos. O negócio foi fechado
por R$ 22 milhões.
A empresa manterá a fábrica
e os equipamentos que comprou quando adquiriu a Philco,
em agosto de 2005.
A Britânia, segundo informações da Gradiente, utilizará a
marca Philco em uma nova linha de produtos. Em nota, a
empresa afirma que a negociação começou em meados de junho deste ano e foi finalizada
ontem. Cita ainda possíveis "sinergias" com a Britânia.
"A marca foi adquirida por
investidores que estão em processo de licenciá-la para a Britânia (Britânia Eletrodomésticos Ltda.), que a utilizará em
nova linha de produtos", diz
trecho da nota.
"Em razão dessas transações,
a companhia analisará com a
Britânia as oportunidades de
sinergia que possam existir entre atividades das empresas na
concepção, produção, comercialização e serviços de pós-venda dos produtos Philco,
atuais e futuros."
A Gradiente informou também que continuará prestando
os serviços de pós-venda para
os produtos da marca Philco
vendidos até o final deste ano.
O valor da venda foi a metade
do pago pela Gradiente quando
comprou a marca e os ativos do
Grupo Itaú. "Não é um valor
que possa ser considerado estratosférico. É relativamente
adequado para uma marca desse setor", diz José Roberto
Martins, da GlobalBrands, especializada em marcas.
BNDES
O objetivo da venda, apontam analistas de mercado, é
ajudar na situação financeira
do grupo: a Gradiente teve um
prejuízo de R$ 114,4 milhões no
ano passado, de acordo com dados do balanço publicado em
dezembro do ano passado.
Quando adquiriu a Philco,
um dos objetivos da Gradiente
era ganhar força para concorrer em um mercado altamente
competitivo, consolidando sua
posição de líder brasileira em
produtos eletroeletrônicos,
além de conseguir ganhar terreno no mercado externo.
Com a compra, a Gradiente
pulou posições no ranking do
segmento de televisores. Neste
ano, entretanto, a fábrica da
empresa na Zona Franca de
Manaus, no Amazonas, chegou
a suspender a produção. Na
época, a informação era que a
paralisação havia sido conseqüência de dívidas com fornecedores, que teriam suspendido a entrega de matéria-prima.
A empresa concedeu férias e
licença remunerada a 550 empregados em Manaus, em conseqüência da retração na venda
de DVDs e TVs convencionais
(com tubo de imagem), anunciou o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.
Além da venda da marca, o
presidente da Gradiente, Eugênio Staub, está discutindo com
o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e com um banco privado
a renegociação da dívida da
companhia.
A empresa já vinha admitindo, nos últimos meses, a possibilidade de vender ativos.
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