São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Gradiente vende a marca Philco por R$ 22 milhões

Grupo de investidores adquire marca e pretende licenciá-la para a Britânia

Valor é metade do que a Gradiente havia pago ao Itaú pela Philco, há dois anos; para analistas, objetivo é contornar crise financeira

DA REPORTAGEM LOCAL

A Gradiente informou ontem que vendeu a marca Philco, comprada há dois anos do Grupo Itaú, para um grupo de investidores que pretende licenciá-la para a Britânia Eletrodomésticos. O negócio foi fechado por R$ 22 milhões.
A empresa manterá a fábrica e os equipamentos que comprou quando adquiriu a Philco, em agosto de 2005.
A Britânia, segundo informações da Gradiente, utilizará a marca Philco em uma nova linha de produtos. Em nota, a empresa afirma que a negociação começou em meados de junho deste ano e foi finalizada ontem. Cita ainda possíveis "sinergias" com a Britânia.
"A marca foi adquirida por investidores que estão em processo de licenciá-la para a Britânia (Britânia Eletrodomésticos Ltda.), que a utilizará em nova linha de produtos", diz trecho da nota.
"Em razão dessas transações, a companhia analisará com a Britânia as oportunidades de sinergia que possam existir entre atividades das empresas na concepção, produção, comercialização e serviços de pós-venda dos produtos Philco, atuais e futuros."
A Gradiente informou também que continuará prestando os serviços de pós-venda para os produtos da marca Philco vendidos até o final deste ano.
O valor da venda foi a metade do pago pela Gradiente quando comprou a marca e os ativos do Grupo Itaú. "Não é um valor que possa ser considerado estratosférico. É relativamente adequado para uma marca desse setor", diz José Roberto Martins, da GlobalBrands, especializada em marcas.

BNDES
O objetivo da venda, apontam analistas de mercado, é ajudar na situação financeira do grupo: a Gradiente teve um prejuízo de R$ 114,4 milhões no ano passado, de acordo com dados do balanço publicado em dezembro do ano passado.
Quando adquiriu a Philco, um dos objetivos da Gradiente era ganhar força para concorrer em um mercado altamente competitivo, consolidando sua posição de líder brasileira em produtos eletroeletrônicos, além de conseguir ganhar terreno no mercado externo.
Com a compra, a Gradiente pulou posições no ranking do segmento de televisores. Neste ano, entretanto, a fábrica da empresa na Zona Franca de Manaus, no Amazonas, chegou a suspender a produção. Na época, a informação era que a paralisação havia sido conseqüência de dívidas com fornecedores, que teriam suspendido a entrega de matéria-prima.
A empresa concedeu férias e licença remunerada a 550 empregados em Manaus, em conseqüência da retração na venda de DVDs e TVs convencionais (com tubo de imagem), anunciou o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas.
Além da venda da marca, o presidente da Gradiente, Eugênio Staub, está discutindo com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e com um banco privado a renegociação da dívida da companhia.
A empresa já vinha admitindo, nos últimos meses, a possibilidade de vender ativos.


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