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RECEITA
Cobrança adicional, que acabaria neste ano, será mantida até 2002, para que se atinja meta acertada com o FMI
Governo prorroga tributo sobre lucro
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
O governo prorrogou por mais
três anos a cobrança do adicional
de quatro pontos percentuais na
alíquota da CSLL (Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido),
que passou de 8% a 12% desde 1º
de maio deste ano.
Esse aumento da tributação das
empresas seria válido até o último
dia deste ano. De acordo com a
MP (medida provisória) 1.858-8,
o novo limite será 31 de dezembro
de 2002.
O aumento foi determinado pela MP 1.807, editada no último dia
28 de janeiro. A mesma medida
também incluiu os bancos entre
os alvos da cobrança da CSLL.
Essas alterações compuseram o
pacote de compensação à ausência da arrecadação da CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira), cuja
cobrança ficou suspensa de 24 de
janeiro a 16 de junho.
Além do aumento da CSLL, o
governo determinou o aumento
de 0,38 ponto percentual na alíquota do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) durante o
período em que a CPMF não foi
cobrada.
Também foi determinado o aumento temporário de 2% para 3%
na alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), que o governo
tornou permanente. Nesse caso, o
adicional de um ponto percentual
pode ser compensado no pagamento da CSLL.
Também houve cortes de despesas e antecipação de receitas da
venda de empresas estatais do setor de telefonia.
O texto da MP que prorroga o
adicional da CSLL constava da
edição de sábado do "Diário Oficial" da União. Ontem, foi divulgado pela Casa Civil da Presidência da República, acompanhado
apenas por um anexo explicativo
e pela exposição de motivos do
ministro Pedro Malan (Fazenda),
assinada no dia 26 de agosto.
A prorrogação do adicional da
CSLL até o final do mandato do
presidente Fernando Henrique
Cardoso, de acordo com a exposição de motivos de Malan, "objetiva manter o fluxo de arrecadação
visando o equilíbrio das contas
públicas neste período".
A decisão foi motivada pela necessidade de cumprir as metas de
superávit primário -receitas
menos despesas, excluindo os
gastos com juros- negociadas
com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
No próximo ano, o governo federal terá de apresentar um superávit primário de 2,65% do PIB
(Produto Interno Bruto, a soma
dos bens e serviços produzidos no
país). Esse saldo terá de chegar a
3,25% do PIB na somatória das
contas da União, dos Estados e
dos municípios.
A dificuldade do governo será
manter um nível de arrecadação
que permita chegar a esses resultados. A partir de 2000, por exemplo, haverá redução nas chamadas receitas extraordinárias (concessões de serviços públicos, por
exemplo) em relação a 1999.
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