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TELES
GVT, que atua no Sul e Centro-Oeste, diz que compra da operadora de longa distância só depende do sinal verde de credores
"Espelho" da Brasil Telecom quer Intelig
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS (SC)
A GVT -empresa de telefonia
fixa local que concorre com a Brasil Telecom no Sul e no Centro-Oeste- anunciou ontem que é
candidata à compra da Intelig. A
negociação entre os grupos está
avançada e a conclusão do negócio só dependeria da anuência dos
fabricantes de equipamentos
Nortel e Alcatel, credores da Intelig, os quais têm poder de veto.
Sem revelar cifras, o presidente da
GVT, Amos Genish, disse que a
proposta já foi aprovada pelos
acionistas da Intelig: National
Grid (Reino Unido), France Telecom (França) e Sprint (EUA).
A GVT é controlada por um
consórcio de investidores internacionais -Magnum Group
(Holanda), IDB Group (Israel) e
Merrill Lynch (EUA)- que investiram R$ 2,8 bilhões para
montar uma "empresa-espelho".
A companhia se implantou em 54
cidades e, segundo sua diretoria,
tem 425 mil assinantes.
Surpresa
Até o israelense Amos Genish
revelar as negociações para a
compra da Intelig, quem aparecia
como provável comprador da
empresa era a ex-estatal BrT (Brasil Telecom).
Anteontem, quando ainda não
se conhecia o interesse da GVT
pela Intelig, a presidente da Brasil
Telecom, Carla Cico, afirmou que
a companhia continuava negociando a compra. Em agosto, o
conselho de administração da
BrT autorizou a diretoria a formular uma proposta de compra
de até 19,99% das ações da Intelig.
Ela está impedida legalmente de
comprar um percentual maior de
ações até dezembro de 2003 porque optou por não antecipar o
cumprimento de suas metas de
expansão definidas pela Anatel. A
BrT propôs assegurar em contrato a compra do restante das ações
em 2003.
100%
O presidente do conselho de administração da Intelig, Steven
Marshall, já havia deixado claro
que os acionistas querem vender
100% das ações. Como a GVT se
dispõe a adquirir a totalidade do
capital de imediato, assumiu a
dianteira na disputa.
Segundo o presidente da Intelig,
José Carlos Cunha, os diretores da
empresa também são candidatos
a comprar a companhia, mas não
deu detalhes sobre essa proposta.
O presidente da Alcatel no Brasil, Jonio Foigel, disse que dois
fundos de investimentos estrangeiros também fizeram proposta
para a compra da empresa. A Alcatel, segundo ele, tem US$ 140
milhões a receber da Intelig e está
analisando as condições de pagamentos e as garantias propostas
pelos candidatos.
O presidente da Nortel no Brasil, Hervé Adam, também confirmou que a empresa foi procurada
pela GVT para tratar da compra
da Intelig. Segundo ele, a Nortel
tem US$ 30 milhões de crédito
com a Intelig e a GVT quer reescalonar o financiamento.
As negociações estão sendo feitas com as matrizes da Nortel, no
Canadá, e da Alcatel, na França.
Segundo informações não oficiais, a Intelig estaria sendo vendida, basicamente, pelo valor da dívida com os fornecedores.
O presidente da GVT, Amos Genish, disse que os acionistas pretendem comprar a Intelig sem recorrer a empréstimos, com recursos próprios.
A jornalista Elvira Lobato viajou
a Florianópolis a convite da Futurecom
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