São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 2002

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TELES

GVT, que atua no Sul e Centro-Oeste, diz que compra da operadora de longa distância só depende do sinal verde de credores

"Espelho" da Brasil Telecom quer Intelig

ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS (SC)

A GVT -empresa de telefonia fixa local que concorre com a Brasil Telecom no Sul e no Centro-Oeste- anunciou ontem que é candidata à compra da Intelig. A negociação entre os grupos está avançada e a conclusão do negócio só dependeria da anuência dos fabricantes de equipamentos Nortel e Alcatel, credores da Intelig, os quais têm poder de veto. Sem revelar cifras, o presidente da GVT, Amos Genish, disse que a proposta já foi aprovada pelos acionistas da Intelig: National Grid (Reino Unido), France Telecom (França) e Sprint (EUA).
A GVT é controlada por um consórcio de investidores internacionais -Magnum Group (Holanda), IDB Group (Israel) e Merrill Lynch (EUA)- que investiram R$ 2,8 bilhões para montar uma "empresa-espelho". A companhia se implantou em 54 cidades e, segundo sua diretoria, tem 425 mil assinantes.

Surpresa
Até o israelense Amos Genish revelar as negociações para a compra da Intelig, quem aparecia como provável comprador da empresa era a ex-estatal BrT (Brasil Telecom).
Anteontem, quando ainda não se conhecia o interesse da GVT pela Intelig, a presidente da Brasil Telecom, Carla Cico, afirmou que a companhia continuava negociando a compra. Em agosto, o conselho de administração da BrT autorizou a diretoria a formular uma proposta de compra de até 19,99% das ações da Intelig. Ela está impedida legalmente de comprar um percentual maior de ações até dezembro de 2003 porque optou por não antecipar o cumprimento de suas metas de expansão definidas pela Anatel. A BrT propôs assegurar em contrato a compra do restante das ações em 2003.

100%
O presidente do conselho de administração da Intelig, Steven Marshall, já havia deixado claro que os acionistas querem vender 100% das ações. Como a GVT se dispõe a adquirir a totalidade do capital de imediato, assumiu a dianteira na disputa.
Segundo o presidente da Intelig, José Carlos Cunha, os diretores da empresa também são candidatos a comprar a companhia, mas não deu detalhes sobre essa proposta.
O presidente da Alcatel no Brasil, Jonio Foigel, disse que dois fundos de investimentos estrangeiros também fizeram proposta para a compra da empresa. A Alcatel, segundo ele, tem US$ 140 milhões a receber da Intelig e está analisando as condições de pagamentos e as garantias propostas pelos candidatos.
O presidente da Nortel no Brasil, Hervé Adam, também confirmou que a empresa foi procurada pela GVT para tratar da compra da Intelig. Segundo ele, a Nortel tem US$ 30 milhões de crédito com a Intelig e a GVT quer reescalonar o financiamento.
As negociações estão sendo feitas com as matrizes da Nortel, no Canadá, e da Alcatel, na França. Segundo informações não oficiais, a Intelig estaria sendo vendida, basicamente, pelo valor da dívida com os fornecedores.
O presidente da GVT, Amos Genish, disse que os acionistas pretendem comprar a Intelig sem recorrer a empréstimos, com recursos próprios.


A jornalista Elvira Lobato viajou a Florianópolis a convite da Futurecom

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