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CMN aprova ajuda a tradings do setor rural
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de elevar os recursos
obrigatórios que os bancos
têm de aplicar no financiamento do setor rural -como
já era esperado-, o CMN
(Conselho Monetário Nacional) aprovou ontem medidas
para garantir liquidez ao
mercado de papéis ligados a
produtos rurais, operados
principalmente por tradings.
A partir de segunda-feira,
três bancos (Banco do Brasil,
Basa e BNB) poderão destinar a esse mercado até 40%
da parcela de recursos da
poupança rural que precisam ser aplicados obrigatoriamente no setor rural. O limite anterior era de 5%.
O conselho também autorizou que tais papéis (chamados de Cédulas do Produto Rural) possam ser adquiridos pelos bancos não só de
cooperativas rurais, associações e produtores. Também
poderão ser comprados de
tradings, da agroindústria e
de fornecedores de insumos.
"Isso foi necessário para
alavancar o setor, dar mais liquidez. As tradings estão deixando de negociar, e é isso
que fazia a safra girar", disse
o gerente-executivo da área
de aplicação obrigatória de
crédito rural do BC, Deoclécio Pereira de Souza.
O governo havia anunciado que o conselho ampliaria
de 65% para 70% a obrigatoriedade de aplicação da poupança rural no financiamento do setor rural. Isso injetará R$ 2,6 bilhões no financiamento da agropecuária, que
sofre retração de crédito.
Segundo Souza, desse novo percentual, no mínimo,
60% devem ser destinados
exclusivamente a operações
de crédito rural. Os 40% restantes serão voltados para os
papéis de produtores rurais.
Cenário otimista
Apesar da crise, o governo
projeta um cenário otimista
para o agronegócio nos próximos dez anos. De acordo
com estudo divulgado pelo
Ministério da Agricultura, a
produção de grãos deverá aumentar em 28,7% até 2018 e
a de carnes, em 51%.
Segundo o ministro Reinhold Stephanes, os números já levam em conta cenários adversos. "O estudo é
bem conservador", diz.
Para o governo, a produção
de grãos (soja, milho, trigo,
arroz e feijão) deverá passar
de 139,7 milhões de toneladas para 179,8 milhões em
2018. No caso das carnes, o
aumento será dos atuais 24,6
milhões de toneladas para
37,2 milhões de toneladas.
"O setor pode crescer até
mais", disse José Mário
Schreiner, presidente da comissão de cereais da CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
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