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INADIMPLÊNCIA
Segundo a Serasa, 37% das dívidas tinham essa forma de pagamento
Cheques lideram ranking do calote
ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE
O número de cheques devolvidos diminuiu em 2003, mas entre
todos os meios de pagamento disponíveis no mercado o cheque
ainda lidera o ranking de inadimplência, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa.
O estudo mostra que, do total de
registros de inadimplência feitos
na Serasa, 37% se referem a cheques sem fundos. Os cartões de
crédito representam 34%, enquanto as dívidas no sistema financeiro (bancos) correspondem
a 27%. Apenas 2% são de títulos
protestados.
Levantamento da Abracheque
mostra que, em 2003, em relação
ao total de cheques inadimplentes
existentes em 2002, houve queda
de 42%. Os dados da Serasa mostram que, para cada 1.000 cheques
compensados em novembro, 15,4
foram devolvidos -queda de
3,1% em relação a outubro.
Carlos Pastor, presidente da
Abracheque, diz que o cheque lidera porque ainda é o principal
meio de pagamento depois do dinheiro. Segundo Pastor, o cheque
representa 45% dos meios de pagamento do país, enquanto o cartão de crédito representa apenas
3%.
"O uso do cheque no varejo vem
crescendo. Hoje, de cada dez lojas, seis aceitam cheques. O cliente pode escolher a data do vencimento. No cartão não tem isso. O
vencimento é sempre no mesmo
dia", afirma.
Segundo Pastor, atualmente 1
milhão de lojas aceitam os cartões
de crédito como meio de pagamento, enquanto o cheque pode
ser utilizado em mais de 5 milhões
de estabelecimentos.
"A grande massa da população
não tem renda para ter cartão de
crédito. Prova disso é que muitas
administradoras diminuíram o
valor da renda mínima para atender a um maior número de pessoas", diz. Outro fator são as altas
taxas cobradas pelas administradoras de cartões de crédito.
Pastor diz que não se pode comparar os níveis de inadimplência
de outros de meios de pagamento
com o do cheque. Isso porque
50% dos cheques são dados como
sem fundos três dias depois de terem sido devolvidos.
O ano de 2001 foi o pior para a
devolução de cheques. Segundo
Pastor, foram mais de 6 milhões
de cheques devolvidos. Mas esse
número vem caindo nos últimos
anos.
"O brasileiro está mais criterioso na hora de comprar e o lojista
mais seletivo para liberar o crédito", afirma.
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