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São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

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INADIMPLÊNCIA

Segundo a Serasa, 37% das dívidas tinham essa forma de pagamento

Cheques lideram ranking do calote

ELAINE COTTA
DA FOLHA ONLINE

O número de cheques devolvidos diminuiu em 2003, mas entre todos os meios de pagamento disponíveis no mercado o cheque ainda lidera o ranking de inadimplência, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa.
O estudo mostra que, do total de registros de inadimplência feitos na Serasa, 37% se referem a cheques sem fundos. Os cartões de crédito representam 34%, enquanto as dívidas no sistema financeiro (bancos) correspondem a 27%. Apenas 2% são de títulos protestados.
Levantamento da Abracheque mostra que, em 2003, em relação ao total de cheques inadimplentes existentes em 2002, houve queda de 42%. Os dados da Serasa mostram que, para cada 1.000 cheques compensados em novembro, 15,4 foram devolvidos -queda de 3,1% em relação a outubro.
Carlos Pastor, presidente da Abracheque, diz que o cheque lidera porque ainda é o principal meio de pagamento depois do dinheiro. Segundo Pastor, o cheque representa 45% dos meios de pagamento do país, enquanto o cartão de crédito representa apenas 3%.
"O uso do cheque no varejo vem crescendo. Hoje, de cada dez lojas, seis aceitam cheques. O cliente pode escolher a data do vencimento. No cartão não tem isso. O vencimento é sempre no mesmo dia", afirma.
Segundo Pastor, atualmente 1 milhão de lojas aceitam os cartões de crédito como meio de pagamento, enquanto o cheque pode ser utilizado em mais de 5 milhões de estabelecimentos.
"A grande massa da população não tem renda para ter cartão de crédito. Prova disso é que muitas administradoras diminuíram o valor da renda mínima para atender a um maior número de pessoas", diz. Outro fator são as altas taxas cobradas pelas administradoras de cartões de crédito.
Pastor diz que não se pode comparar os níveis de inadimplência de outros de meios de pagamento com o do cheque. Isso porque 50% dos cheques são dados como sem fundos três dias depois de terem sido devolvidos.
O ano de 2001 foi o pior para a devolução de cheques. Segundo Pastor, foram mais de 6 milhões de cheques devolvidos. Mas esse número vem caindo nos últimos anos.
"O brasileiro está mais criterioso na hora de comprar e o lojista mais seletivo para liberar o crédito", afirma.


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