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SOB SUSPEITA
Risco de alastramento da doença no país é pequeno, diz governo
EUA aumentam vigilância
contra o mal da vaca louca
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
O Departamento de Agricultura
dos EUA divulgou ontem uma lista de medidas para aumentar a vigilância na produção e na comercialização de carne do país.
A decisão visa reforçar a segurança alimentar contra o surgimento de doenças como o mal da
vaca louca no rebanho americano, diz o governo.
Uma das principais ações anunciadas diz respeito ao banimento
do uso de partes de bovinos com
qualquer tipo de doença no processo de beneficiamento de carne.
A secretária de Agricultura, Ann
Veneman, disse também que o
uso de tecidos do intestino, da cabeça e da coluna de animais com
mais de 30 meses de idade será
proibido. O motivo é que esses
animais podem ter sido alimentados com ração à base de tecidos
do cérebro e da coluna vertebral
de outros animais contaminados.
Hoje a prática é proibida nos
EUA e no Canadá. Segundo especialistas, o mal da vaca louca atinge apenas áreas relacionadas ao
sistema nervoso central dos animais, como partes do cérebro, da
medula espinhal e nervos.
Veneman afirmou ainda que estão previstas mudanças no sistema de processamento de carnes.
As medidas entrarão em vigor
"imediatamente após a publicação", afirmou Veneman. A data
exata, contudo, não foi divulgada.
A secretária disse também que o
risco de alastramento da doença
pelo país é "bastante baixo".
Apesar das medidas de segurança, importadores continuam
desconfiados. O destino de 2.200
contêineres com carne bovina
americana, que estão a caminho
da Ásia, permanece incerto. Com
o surgimento do primeiro caso do
mal da vaca louca nos EUA, há
fortes indícios de que Japão e Coréia do Sul não irão aceitar a mercadoria.
"Com 19 toneladas por contêiner, esse embarque representa algo entre 40,8 mil e 45,4 mil toneladas", disse John N. Simmons Jr.,
executivo da Swift & Co. ao jornal
"Washington Post".
A empresa, que é uma das três
maiores processadoras de carne
nos EUA, detém uma parte significativa do carregamento que se
encontra no oceano Pacífico. "Se
o Japão e a Coréia não aceitarem
essa carne, isso custará US$ 300
milhões", diz.
Os países asiáticos ainda não informaram as medidas que pretendem tomar com relação a essa
mercadoria. Os produtos foram
embarcados antes do anúncio do
primeiro caso de vaca louca nos
EUA. A possibilidade de rejeição
assusta os exportadores, já que a
comercialização de carne congelada é um dos pontos fortes da indústria de processamento americana. "Estamos esperançosos de
que o produto seja aceito, pois o
embarcamos antes dos banimentos desses países", declarou o porta-voz da Tyson Foods Inc.
No início da semana, o Japão
anunciou que não pretende importar carne bovina americana
até que melhore o sistema de segurança alimentar nos EUA.
Ontem, o governo da Coréia do
Sul também decidiu manter o embargo. A barreira à importação de
carne americana já foi seguida por
31 países até o momento, incluindo o Brasil. Boa parte dos contêineres da Swift deve chegar a seus
destinatários nos próximos dias.
Alguns já estão estocados nos países importadores à espera de uma
decisão oficial.
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