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Busca pessoal impulsiona carreira

Mercado também é receptivo a profissionais que largam tudo em busca de autoconhecimento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um período sabático bem planejado e bem estruturado tem grandes chances de alavancar a carreira. E não necessariamente esse tempo de pausa precisa ser aplicado em atividades profissionais.

Segundo especialistas, sair da zona de conforto para fazer um curso de aprimoramento ou uma viagem demonstra personalidade pró-ativa, batalhadora e amadurecida -o que pode ser um diferencial em processos seletivos.

"As empresas querem profissionais com iniciativa, que gostam de aventuras e que assumem riscos -características daqueles que conseguem se organizar para períodos sabáticos", analisa o consultor de carreiras Carlos Faccina. Durante 25 anos, ele ocupou o cargo de diretor de recursos humanos da Nestlé.

Mesmo a pausa dedicada ao autoconhecimento pode ser bem vista pelo mercado de trabalho. Faccina recomenda apenas que exista um planejamento para que esses meses não sejam simplesmente férias prolongadas.

"Sair de uma empresa para se reencontrar e fazer terapia é melhor do que ficar no mesmo emprego dez anos e continuar amargurado a vida toda", compara o consultor.

Insatisfeito com os rumos da profissão, o cenógrafo Fernando Rolim, 33, pediu demissão em janeiro deste ano para descobrir o que realmente queria. "Não sabia em que direção seguir."

Ele tirou um sabático para se dedicar a essa reflexão. Fez terapia, mudou a alimentação, intensificou as atividades culturais e passou a revisitar a vida e a carreira.

Em dois meses, o cenógrafo sentiu-se tão mais seguro que se destacou em um processo seletivo da agência de marketing Mix Brand Experience. Foi escolhido. "Era o trabalho que eu estava buscando, mas só consegui enxergar porque parei e dei um tempo para mim mesmo."

Quando o sabático é dedicado a um curso de idiomas ou a uma pós-graduação, por exemplo, as chances de voltar melhor colocado no mercado são ainda maiores.

Iara Veloso Mansur, 34, relações-públicas e analista de pesquisa política e de mercado, recebeu uma proposta de ascensão no mesmo dia em que voltou de um sabático de sete meses em Nova York.

"Fui para aprimorar o inglês e cursei algumas disciplinas em uma universidade. Foi uma experiência positiva em todos os aspectos", avalia. Hoje, ela atende empresas americanas e britânicas por conta da fluência na língua.

A iniciativa ainda é muito pouco comum nas empresas brasileiras. Segundo levantamento da Robert Half realizado em março deste ano com 900 executivos. Apenas 8,4% de suas empresas oferecem sabático.

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