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Executiva é pioneira em vinícola

Luciana Salton é a primeira mulher a ocupar cargo de direção na empresa centenária da família

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos 29 anos, pós-graduada em administração de empresas, Luciana Salton cresceu vendo o pai comandar a vinícola criada por seu bisavô há mais de um século.

Na adolescência, ajudava nas vendas da lojinha da indústria, em São Paulo. "Eu sonhava em trabalhar na Salton, mas não tão cedo e, muito menos, chegar à direção e ser a primeira mulher a ocupar um cargo dessa envergadura em 101 anos de história", conta a hoje diretora-executiva.

Para acumular bagagem, Luciana trabalhou em um banco e, mais tarde, em uma multinacional do ramo farmacêutico. Entrou como estagiária e saiu, cinco anos depois, como assistente de gerente.

"Quando meu pai me convidou para trabalhar na Salton, há cinco anos, relutei muito, achei que não era a hora porque estava crescendo na multinacional", afirma. Mesmo contrariada, ela foi trabalhar na empresa.

Nos primeiros meses, sofreu com a diferença de culturas, afinal, a Salton era uma empresa familiar, comandada pelos primogênitos. A morte súbita do pai, há três anos, levou a direção a pensar em profissionalizar a administração. "Antes, tínhamos um líder que sabia de cada detalhe da indústria, do histórico às vendas" diz. "Ele se foi e o negócio precisou mudar." A indústria contratou um consultor de RH para estruturar planos de carreira, um profissional de mercado para a área de vendas e está se preparando para adotar a governança corporativa. Para tanto, passou a estabelecer regras para promoções e para a contratação de membros da família.

Hoje, a presidência está nas mãos de Daniel Salton, com 30 anos de empresa, um dos incentivadores da promoção da prima não pelo parentesco, mas pelas competências.

Sem privilégios, a executiva tem remuneração compatível com a de gerentes e diretores. Quanto mais experiente, maior o salário. "Acho justo. Tenho muita estrada para trilhar e o que aprender", diz.

De aparência jovem, ela surpreende fornecedores e clientes quando assume o comando das negociações, com conhecimento e propriedade de quem domina um assunto há até pouco tempo tipicamente masculino, a indústria de bebidas.

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