São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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Títulos demais podem até frear oportunidades

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O administrador Fernando Spindola, 36, fala três idiomas e tem no currículo um MBA da Universidade Barcelona (Espanha) e cursos na Alemanha e na Inglaterra. O currículo invejável não evitou, contudo, que ele passasse dois anos na luta por uma vaga quando voltou ao Brasil, depois de três anos e meio de estudos na Europa.
"Em todas as empresas me diziam que eu tinha pouca experiência. Eu passava na primeira fase das seleções, mas o processo parava na entrevista com o gerente ou o diretor que seria o meu chefe", relata.
Ainda que pareça insólito, o problema é, na verdade, comum entre os que dedicaram muito mais tempo aos estudos do que ao trabalho. A dificuldade ocorre por uma série de motivos. O primeiro deles é o receio dos empregadores de que o profissional use a oportunidade apenas como trampolim para outros cargos, só para entrar no mercado e depois partir para vôos maiores.
Outro motivo é a insegurança daqueles que serão os superiores diretos de um "superqualificado". Poucos chefes se sentem confortáveis ao ter como subordinado alguém com formação igual ou superior à sua.
Especialistas ouvidos pela Folha citam ainda a falta de vivência corporativa e a inexperiência em lidar com pessoas como pontos negativos de quem só acumulou títulos.
Por isso, para os mais jovens, os cursos que exigem dedicação integral podem não ser boa alternativa. A opção é arriscada, pois pode adiar muito a vivência no meio corporativo.


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