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Títulos demais
podem até frear
oportunidades
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O administrador Fernando
Spindola, 36, fala três idiomas e
tem no currículo um MBA da
Universidade Barcelona (Espanha) e cursos na Alemanha e
na Inglaterra. O currículo invejável não evitou, contudo, que
ele passasse dois anos na luta
por uma vaga quando voltou
ao Brasil, depois de três anos e
meio de estudos na Europa.
"Em todas as empresas me
diziam que eu tinha pouca experiência. Eu passava na primeira fase das seleções, mas o
processo parava na entrevista
com o gerente ou o diretor que
seria o meu chefe", relata.
Ainda que pareça insólito, o
problema é, na verdade, comum entre os que dedicaram
muito mais tempo aos estudos
do que ao trabalho. A dificuldade ocorre por uma série de
motivos. O primeiro deles é o
receio dos empregadores de
que o profissional use a oportunidade apenas como trampolim para outros cargos, só para
entrar no mercado e depois
partir para vôos maiores.
Outro motivo é a insegurança
daqueles que serão os superiores diretos de um "superqualificado". Poucos chefes se sentem confortáveis ao ter como
subordinado alguém com formação igual ou superior à sua.
Especialistas ouvidos pela
Folha citam ainda a falta de vivência corporativa e a inexperiência em lidar com pessoas
como pontos negativos de
quem só acumulou títulos.
Por isso, para os mais jovens,
os cursos que exigem dedicação integral podem não ser boa
alternativa. A opção é arriscada, pois pode adiar muito a vivência no meio corporativo.
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