São Paulo, domingo, 01 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

artigo

E agora, o que fazer?


Com perfil proativo, deve-se zelar pelo emprego e ver a crise como oportunidade

ROBERT WONG
ESPECIAL PARA A FOLHA

O que mais se ouve hoje em dia é "crise", "catástrofe", "queda da Bolsa", "desemprego" e um futuro sombrio no horizonte dos negócios. Quanto mais se fala neste assunto, mais parece que a crise piora, e temos o que é conhecido como uma "profecia autorrealizada".
A crise estava para acontecer. As leis da natureza dizem que tudo que sobe um dia desce; para cada ação há uma reação.
Há pouco, vivíamos um clima de euforia (apesar de muito dela ser falsa), com Bolsas em alta, consumo desenfreado e capital abundante. O pêndulo chegara ao ponto mais alto, e era natural que retornasse.
Portanto, não deve haver surpresa para o que acontece no mundo. Sob esse prisma, veremos a situação atual com mais naturalidade. O fato de esse fenômeno ser esperado não traz grande consolo para as pessoas que estão perdendo o emprego.
De acordo com alguns psicólogos, o trauma que causa o maior sofrimento é a perda de um ente querido. Em segundo lugar, destaca-se a perda do emprego, pois a pessoa sente-se impotente, inútil e incapaz de ser a provedora da família.
O que fazer nessa situação? Primeiro, entender que há uma "lei" não escrita que diz que, se o profissional nunca foi demitido, um dia o será. Essa demissão não se limita ao âmbito do trabalho, pois ele pode ser "demitido" por um cliente, pela pessoa amada, pela galera, por um amigo e, pior de tudo, por si mesmo.
Como o evento um dia irá acontecer, por que se surpreender quando de fato ele ocorre? A demissão na realidade não acontece no dia em que se recebe a carta de rescisão, mas sim bem antes. Os sinais já estavam lá: a falta de desempenho ou de comprometimento, os resultados da empresa, a conjuntura econômica, as oscilações de mercado etc.
De fato, uma guerra não começa no campo de batalha, e sim bem antes, quando alguém olha "torto" para o outro. Um casamento não começa no altar, e sim quando duas pessoas se apaixonam.

Zelo
Assim como em relação à saúde, a que geralmente damos valor quando a perdemos, é preciso zelar pelo emprego.
É bom lembrar que a melhor época para cuidar da saúde é quando se está saudável. Da mesma forma, a melhor época de cuidar da empregabilidade é quando se tem um emprego.
Há uma diferença entre emprego e empregabilidade, pois "procurar emprego" é reagir perante o que o mercado tem de melhor para oferecer.
Já "trabalhar a empregabilidade" significa o profissional investir em si mesmo e mostrar ao mercado o que tem de melhor para oferecer. Passa-se da atitude reativa para a proativa. Que diferença! O trabalhador deve aproveitar o período de "crise" (que embute uma bela oportunidade) para investir em si próprio, retomar seus contatos e desenvolver o autoconhecimento -que irá gerar autoconfiança, característica essencial para o sucesso. Em resumo, sair da zona de conforto.
Concluindo, seguem algumas fontes com que é possível procurar um novo emprego: anúncios em jornal; "networking" para sondar oportunidades não divulgadas; publicações das associações de classe e das câmaras de comércio; agências de emprego.
Podem-se procurar também empresas de recrutamento e seleção; serviços de inserção de currículos na internet (uma fonte cada vez mais atuante); empresas de planejamento de carreira ou recolocação; quadros de anúncios em faculdades, feiras de carreiras e associações de ex-alunos.
Podem receber currículo recrutadoras de trabalho temporário ou de mão-de-obra terceirizada -eventualmente, esses postos podem se transformar num emprego fixo. Os meios citados também podem proporcionar uma vaga no exterior. E, por último, você mesmo! Empregue-se a si próprio; abra um negócio, se essa for a sua vocação. Boa sorte!

ROBERT WONG é CEO da Robert Wong Consultoria Executiva, autor dos livros "O Sucesso Está no Equilíbrio" e "Super Dicas para Conquistar um Ótimo Emprego", "headhunter", palestrante e consultor de empresas



Texto Anterior: Biblioteca: O Melhor do Mundo: Saiba Quando Insistir e Quando Desistir
Próximo Texto: Mural
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.