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DUELO DE PROFISSÕES
Relacionar emprego e esporte é a melhor saída
Investimento em tarefas similares ajuda os atletas na jornada dupla
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Conciliar as carreiras de atleta e de executivo pode ser viável, mas será que é provável
atingir o sucesso em ambas?
Para o preparador físico Nuno Cobra, ex-treinador de Ayrton Senna, a resposta é "não".
"No caso do esportista que
compete profissionalmente,
não existe a menor chance de
fazer outra coisa. Os horários
são muito regrados", justifica.
O consultor de carreiras José
Augusto Minarelli, sócio-diretor da Lins e Minarelli, faz coro:
entre dois trabalhos, sempre
um será tido como prioritário.
"A pessoa que não consegue patrocínio acaba optando pela outra profissão", exemplifica.
Mas, quando a carreira está
relacionada ao esporte, o casamento entre as duas atividades
parece não ter muitas crises.
O capitão do exército Daniel
dos Santos, 28, pentatlista moderno, afirma que o berço da
modalidade em que se especializou são as Forças Armadas.
Por isso o esporte é bastante
incentivado no meio militar.
"A participação de militares
em jogos civis, como o Pan,
ajuda a fortalecer a imagem do
Exército no país", salienta o capitão, que, além de ter atribuições administrativas no quartel, é instrutor de esgrima.
A patinadora de velocidade e
publicitária Talita Jarschel, 23,
é outra atleta que aposta na
mescla entre as atividades.
"Quero trabalhar com marketing esportivo. Vou conseguir muitos patrocínios e nunca deixarei de patinar", planeja.
Corrida de obstáculos
No corre-corre entre trabalho e treino, atletas-trabalhadores encontram outro desafio:
negociar com o superior a ausência durante os torneios.
A melhor saída, garantem, é
mostrar-se eficaz no escritório.
"Eu sempre procurei ser
muito produtiva no horário de
trabalho porque às 18h em ponto, eu tinha que sair. Eventualmente, ficava até mais tarde",
lembra a esgrimista e arquiteta
Maria Júlia Herklotz, 31, que
nunca teve problemas com os
chefes em razão do esporte.
Desde 2002, porém, mantém
um escritório com uma amiga.
"É mais fácil ser seu patrão."
Já para quem não tem seu
próprio negócio, a solução é encontrar uma organização que
valorize a atividade esportiva.
"O incentivo da qualidade de
vida é uma idéia que está crescendo no meio empresarial.
Um cliente que vende artigos
esportivos nos pediu para selecionar candidatos esportistas",
diz a consultora da Mariaca InterSearch Patrícia Epperlein.
Entretanto, se a escolha por
uma das uma profissões for
inevitável, o aprendizado adquirido na atividade preterida
não deve ser descartado.
"Garra, disciplina e espírito
de equipe são habilidades desenvolvidas no esporte que se
fazem essenciais ao sucesso no
ambiente corporativo. Do outro lado, responsabilidade e
profissionalismo ajudam no esporte", afirma Epperlein.
(MCN)
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