São Paulo, domingo, 01 de julho de 2007

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DUELO DE PROFISSÕES

Relacionar emprego e esporte é a melhor saída

Investimento em tarefas similares ajuda os atletas na jornada dupla

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Conciliar as carreiras de atleta e de executivo pode ser viável, mas será que é provável atingir o sucesso em ambas?
Para o preparador físico Nuno Cobra, ex-treinador de Ayrton Senna, a resposta é "não".
"No caso do esportista que compete profissionalmente, não existe a menor chance de fazer outra coisa. Os horários são muito regrados", justifica.
O consultor de carreiras José Augusto Minarelli, sócio-diretor da Lins e Minarelli, faz coro: entre dois trabalhos, sempre um será tido como prioritário. "A pessoa que não consegue patrocínio acaba optando pela outra profissão", exemplifica.
Mas, quando a carreira está relacionada ao esporte, o casamento entre as duas atividades parece não ter muitas crises.
O capitão do exército Daniel dos Santos, 28, pentatlista moderno, afirma que o berço da modalidade em que se especializou são as Forças Armadas. Por isso o esporte é bastante incentivado no meio militar.
"A participação de militares em jogos civis, como o Pan, ajuda a fortalecer a imagem do Exército no país", salienta o capitão, que, além de ter atribuições administrativas no quartel, é instrutor de esgrima.
A patinadora de velocidade e publicitária Talita Jarschel, 23, é outra atleta que aposta na mescla entre as atividades.
"Quero trabalhar com marketing esportivo. Vou conseguir muitos patrocínios e nunca deixarei de patinar", planeja.

Corrida de obstáculos
No corre-corre entre trabalho e treino, atletas-trabalhadores encontram outro desafio: negociar com o superior a ausência durante os torneios.
A melhor saída, garantem, é mostrar-se eficaz no escritório.
"Eu sempre procurei ser muito produtiva no horário de trabalho porque às 18h em ponto, eu tinha que sair. Eventualmente, ficava até mais tarde", lembra a esgrimista e arquiteta Maria Júlia Herklotz, 31, que nunca teve problemas com os chefes em razão do esporte.
Desde 2002, porém, mantém um escritório com uma amiga. "É mais fácil ser seu patrão."
Já para quem não tem seu próprio negócio, a solução é encontrar uma organização que valorize a atividade esportiva.
"O incentivo da qualidade de vida é uma idéia que está crescendo no meio empresarial. Um cliente que vende artigos esportivos nos pediu para selecionar candidatos esportistas", diz a consultora da Mariaca InterSearch Patrícia Epperlein.
Entretanto, se a escolha por uma das uma profissões for inevitável, o aprendizado adquirido na atividade preterida não deve ser descartado.
"Garra, disciplina e espírito de equipe são habilidades desenvolvidas no esporte que se fazem essenciais ao sucesso no ambiente corporativo. Do outro lado, responsabilidade e profissionalismo ajudam no esporte", afirma Epperlein. (MCN)


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