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Cresce fiscalização para aprendiz
Governo quer 800 mil jovens no mercado até final do ano, mas só 207 mil estão nas empresas
RAQUEL BOCATO
DE SÃO PAULO
Em maio, empresas brasileiras empregavam 206.735
aprendizes -número distante da meta de 800 mil até o
fim de 2010, estipulada pelo
MTE (Ministério do Trabalho
e Emprego) no ano passado.
A contratação de jovens,
contudo, é obrigatória para
médias e grandes empresas,
e tanto o MTE como o Ministério Público do Trabalho
têm apertado o cerco contra
as que não cumprem a lei.
O primeiro investe em fiscalização, o que aumentou
em 5% as contratações no
primeiro semestre de 2010
quando comparado ao mesmo período de 2009 -passaram de 36.437 para 38.294.
Já o Ministério Público do
Trabalho de São Paulo começou a chamar, neste mês,
grupos de 50 empresas para
verificar a contratação de
aprendizes. Segundo a procuradora Mariza Mazotti, caso não comprovem a contratação deles, será proposto
um termo de ajustamento de
conduta com prazo para que
a companhia se ajuste.
Para Eduardo de Oliveira,
superintendente do Ciee
(Centro de Integração Empresa-Escola), falta conhecimento da legislação. A instituição tem obtido aumento
mensal de 7% na contratação
de aprendizes -foram 20 mil
de janeiro a julho deste ano.
PROATIVIDADE
A maior parte, no entanto,
se deve mais à ação de sensibilização do Ciee do que à iniciativa das empresas, diz ele.
"Ainda não se deram conta
da fiscalização", assinala.
Nem de que o treinamento
desses jovens vira uma alternativa ao anunciado apagão
de mão de obra, complementa o coordenador do programa Aprendiz Paulista, da
Secretaria Estadual do
Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo, Diomedes Quadrimi Filho.
"[As firmas] preferem roubar [profissionais] de outras
empresas do que prepará-los, mesmo sem custo", diz.
"Eles se encantam pela
empresa e o índice de retenção é de até 80% após o programa", conta a gerente de
recursos humanos do McDonald's Sheila Leme. O programa que foi criado em 2002
tem hoje 1.500 aprendizes.
Não falta interesse desses
jovens, esclarece o gerente
do departamento de gestão
de pessoas da Eletrobras,
Eliomar da Silva Ferreira. "A
procura é enorme", sinaliza
Márcio Delgado, gerente da
divisão de administração de
pessoal e benefícios, sobre o
programa, que recruta 50 jovens por ano.
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