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RUMO AO AUMENTO
Vendas é a que melhor remunera executivos, aponta levantamento
Cargos de gerência receberam 4,6% a mais neste ano
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A estabilidade e o aquecimento de alguns setores da
economia desenham um cenário favorável a quem ensaia
pedir um aumento ou espera
por ele no próximo ano.
Segundo uma pesquisa da
consultoria Watson Wyatt feita
com 153 empresas no Brasil
-representando 500 mil trabalhadores-, os reajustes salariais vêm crescendo, em média,
cerca de 1% a 2% acima dos
indicadores de inflação.
Essa tendência, diz a consultoria, deve se repetir no ano
que vem, especialmente em
áreas de vendas, nos setores jurídico e de marketing e em cargos que envolvam pesquisa e
desenvolvimento de produtos.
Os executivos do setor de
vendas foram os que tiveram o
maior aumento em 2007 -
8,9% a mais em relação a 2006.
"As empresas estão remunerando de forma mais agressiva,
especialmente os executivos da
área comercial, como resposta
a um momento econômico favorável", explica Christian
Mattos, gerente de capital
humano da Watson Wyatt.
Entre os cargos não executivos, o aumento mais expressivo
foi nas funções de marketing,
que "oferecem uma ascensão
mais rápida e elástica dentro da
empresa", diz o consultor.
Mas, segundo a pesquisa, são
os cargos de engenharia de pesquisa e desenvolvimento os que
tiveram melhor remuneração.
Em busca de talentos
Segundo Mattos, a tendência
de firmas estrangeiras criarem
centros de desenvolvimento no
país tem alavancado o salário
de postos específicos, como o
de engenheiro de produto.
"As empresas já encontram
dificuldades para achar esse tipo de profissional e tentam
manter seus funcionários aumentando salários", aponta.
Visão compartilhada por Geraldo Gianiselo, da consultoria
Across, que afirma que os salários de gestores têm tido uma
evolução acima da inflação nos
últimos anos, movidos pelo
bom momento econômico.
Segundo Gianiselo, isso acaba acirrando a competição pelos talentos, produzindo salários atraentes, sobretudo nos
segmentos mais aquecidos.
Aumento restrito
Como muitas empresas têm
datas rígidas para oferecer aumento por mérito a funcionários -o que Mattos chama de
"mês do mérito"-, o consultor
aconselha que ele só seja requerido em três casos. "Se assumiu
funções novas e ainda não está
sendo remunerado por isso; se
tem outra proposta (real ou suposta) ou se tem um cargo muito necessário à empresa."
Mariá Giuliese é mais restritiva: recomenda que o pedido
só seja feito quando houver outra proposta. "É constrangedor
pedir, não conseguir e ficar no
mesmo cargo, pois se perde o
poder de barganha futura."
(WV)
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