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Aula estrangeira afia aprendizado
Curso curto em outro país melhora fluência e permite testar socialmente o uso do idioma
MARIANA BERGEL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Depois de passar o ano todo
tendo aulas de inglês, espanhol,
francês e tantos outros
idiomas, tem gente que quer
continuar estudando até nas
férias. E não é má idéia.
Dá para aproveitar o mês de
folga e fazer uma viagem que
alie curso rápido a um mergulho na cultura de outro país e
pôr em prática o que aprendeu.
É uma opção interessante
para quem domina o idioma em
nível intermediário. "É recomendável aos que têm base sólida e querem conseguir fluência", avalia o neurobiólogo
Martin Cammarota, vice-
diretor do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS
(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).
Ele aponta que os maiores
benefícios de estudar em terra
estrangeira são usar o idioma
em situações reais e reconhecer a má utilização de certas regras gramaticais.
Para a estudante Camila Soffarelle Ramos, 22, a experiência
deu certo. Ela passou dois meses em Londres e aprimorou a
fluência no inglês. "Ninguém
entende se você não fala o idioma. Isso incentiva a aprender."
O bate-papo é o maior trunfo
da imersão, diz Christian Philip
Klein, mestre em lingüística
aplicada pela UnB (Universidade de Brasília), pois aprimora o
aprendizado. "O problema é
que as pessoas fazem "confrarias" de brasileiros no exterior e
acabam falando só português",
alerta Cammarota.
A gerente de loja Paula Cavalcante, 22, passou dois meses
estudando italiano em Florença e, mesmo na companhia de
uma amiga brasileira, fugiu do
português. "Procuramos falar
italiano entre nós. Saí falando
quase fluentemente."
A programadora Karina Takakura, 27, também achou bom
se afastar dos conterrâneos
quando foi a Córdoba (Argentina). "Queria aproveitar as férias e, como estava muito caro
viajar no Brasil, compensava ir
para o exterior." Após duas semanas de curso, ela diz ter
aprendido mais rápido do que
se tivesse estudado aqui. "A
melhor coisa é ir para um lugar
onde não haja brasileiros."
Novos destinos
Quem se arrepia ao pensar
em despesas em euro ou quer
conhecer novas paisagens pode
escolher destinos mais belos e
econômicos -o cardápio das
operadoras está mais variado.
Em vez de ir à Europa, pode-se treinar o espanhol em países
como o Chile e a Argentina,
mais baratos, ou ir mais longe
para conhecer Cuba e México.
O inglês pode ser testado em
cenários mais exóticos do que
os EUA, a Inglaterra e o Canadá, como a ilha de Malta, a República Dominicana.
Antes de partir, porém, é preciso buscar informações sobre
os "novos" países na internet e
em agências de intercâmbio. É interessante procurar saber se oferecem boa infra-estrutura para estrangeiros e se o sotaque de lá é acentuado.
Quando escolheu estudar por um mês na Cidade do Cabo (África do Sul), a gerente de loja Monica Lina Rodrigues, 26, já havia viajado para a Europa e os Estados Unidos. "Já falava bem o inglês, mas queria aperfeiçoá-lo e conhecer uma nova cultura", diz ela, que é estudante de relações internacionais e procura, a cada viagem, ganhar mais fluência no idioma.
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