Especialista indica problemas no recrutamento de altos executivos

RAQUEL BOCATO
DE SÃO PAULO

Os custos da contratação errada de um executivo são altos para as empresas. A estimativa geralmente aceita indica uma perda de três a cinco vezes o salário anual do profissional, mas pode ser centenas de vezes maior.
Essa conta, porém, não pode levar em consideração apenas perdas diretas, como as de contratação, de remoção do profissional e de sua substituição. As indiretas também fazem parte e, muitas vezes, são impossíveis de ser mensuradas, a exemplo de problemas de relacionamento com clientes, perdas de produtividade e de oportunidades e falta de comprometimento de funcionários. A questão da contratação é latente. Boa parte das corporações está hoje sob a batuta de executivos da geração "baby boomer", nascidos entre os anos de 1945 e 1960.
"Muitas empresas enfrentam a difícil realidade de que a maioria de seus altos executivos poderia se aposentar agora, e que a sua capacidade de substituição de lideranças é frágil em algumas funções e unidades de negócio", explica o consultor em recrutamento de executivos Joseph Daniel McCool.
O autor norte-americano traça um cenário pessimista a respeito da "luta por capital humano" em empresas de todos os portes. É preciso encontrar um líder que concentre características como sólida experiência, "firmeza de julgamento", valores e visão estratégica e que tenha capacidade de conduzir negócios em escala global -inclusive mudando de país conforme a necessidade.

CONSULTORIA
Nessa busca, McCool aponta o papel de "headhunters" ou consultorias de recrutamento de executivos. "A verdade", esclarece McCool, "é que os consultores de "executive search" são parte tanto do problema quanto da solução".
Com a experiência de quem lida com seleção de executivos, o autor esboça como as companhias devem escolher a consultoria, quais são as melhores práticas de recrutamento externo de líderes e como integrar os novos gestores à equipe. Mostra como obter os melhores resultados dos "headhunters" e como o trabalho deles, aliado ao do departamento de RH, rende frutos. McCool mostra interesse nessa relação por ter uma consultoria. Nem por isso o livro deixa de ser um instrumento para empresas que se veem às portas de alteração no quadro de executivos.