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EXTERIOR EM FOCO
Países incentivam imigração de trabalhador qualificado
Canadá e Austrália são exemplos de locais que selecionam estrangeiros
SILAS MARTÍ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Trabalhar fora do país é o
sonho não apenas de quem tenta escapar do desemprego via
aeroporto. Profissionais qualificados, diplomados e com experiência em suas áreas também estão rumando ao exterior
-a convite dos anfitriões.
Os governos de países como a
Austrália, o Reino Unido, a Nova Zelândia e o Canadá abriram
processos seletivos para recrutar profissionais em falta por lá.
Ao mesmo tempo, empresas
da Holanda, da Itália, de Angola
e da África do Sul estão de olho
em brasileiros para suprir o déficit de pessoal qualificado.
A Folha selecionou territórios onde especialistas brasileiros podem ser bem recebidos.
Andréa Cabañas, 35, é um
exemplo. Depois de fazer quatro vezes uma prova de inglês e
passar por outros exames, a relações-públicas conseguiu um
visto de trabalho e está de malas prontas para a Austrália.
O marido, Augusto, que é
dentista, vai junto. "Queremos
ter filhos num lugar com segurança e boa escola pública", diz.
O perfil do casal, jovem e sem
filhos, está entre os mais desejados pelos países que tentam
rejuvenescer a população.
A possibilidade de ter filhos vale mais pontos na classificação
dos governos estrangeiros, que
usam um sistema numérico
para decidir quem terá o visto.
O engenheiro de minas Ricardo Grandi, 26, descobriu
que poderia ganhar dinheiro na
África. Aproveitando que poucos se formam nessa área, ele
prolongou em dois anos o estágio em uma mineradora de ouro em Gana e na África do Sul.
Com o aumento do preço dos
metais, está em alta a demanda
por profissionais como ele.
De volta ao Brasil para terminar a faculdade, Grandi diz estar se preparando para voltar
em breve. "Um recém-formado
vai ganhar aqui, com sorte,
R$ 4.000. No exterior, o valor
sobe para US$ 5.000", explica.
A lista de problemas a enfrentar, no entanto, também é
grande. Entre eles, o choque
cultural e o custo de vida local
-que pode diluir o alto salário.
Rodrigo Ramalho, 24, já é um
veterano do setor aéreo. Passou por Vasp e American Airlines e agora vai viver em Doha,
onde será comissário de bordo
da Qatar Airways. "Estou muito animado. Há funcionários de
mais de 80 nacionalidades."
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