São Paulo, domingo, 05 de novembro de 2006

Próximo Texto | Índice

RODA DE FOGO

Atividade busca reproduzir dia-a-dia de profissionais

Ao sugerir situações, empresa avalia competências essenciais ao cargo

Raimundo Paccó/Folha Imagem
Sérgio Miotto, gerente da Sigvaris


ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cedo ou tarde, todo mundo que busca emprego ou estágio se depara com ela. Parte essencial de muitos processos de recrutamento, a dinâmica de grupo é encarada hoje com mais naturalidade, mas está, ainda, entre as etapas da seleção sobre as quais pairam mais dúvidas.
"É a ferramenta que mais faz com que o candidato se aproxime do ambiente de trabalho", explica o gerente-geral da Manpower, Augusto Costa.
Sua aplicação, porém, é restrita, em geral, ao recrutamento de estagiários ou para cargos comerciais. Segundo Costa, a dinâmica é utilizada na seleção de dois perfis: para recrutar candidatos com pouca experiência ou para cargos administrativos e da indústria, com o objetivo de acelerar o processo.
Seu outro emprego é em seleção mais refinada, já na fase final, com a intenção de identificar traços que só são percebidos no ambiente de trabalho.
"Em muitos casos, os candidatos apresentam currículos muito parecidos. A dinâmica de grupo agiliza o processo de seleção, garantindo um maior grau de acerto na escolha do perfil desejado", confirma João Ricardo Cavalcanti, diretor de RH da Lafarge, multinacional francesa fabricante de cimento.
Para os selecionadores, é nessa hora que afloram determinadas competências que não podem ser mensuradas em uma entrevista, por exemplo.
"Com a dinâmica, analisamos comportamentos como capacidade de trabalho em equipe, iniciativa, orientação para resultados, liderança e planejamento", diz Cavalcanti.
Nem sempre, porém, essa fase é bem-aceita pelo candidato. Em um processo para selecionar estagiários de uma "empresa grande e famosa", a administradora Lina Nakata, 23, deparou-se, há três anos, com uma situação constrangedora.
"Em um grupo de quatro, tivemos de, juntos, imitar um cavalo", conta ela, que reforça dizendo que cada candidato tinha de formar uma das partes do animal, como uma composição. "Achei um absurdo", lembra.
Os integrantes do outro grupo não conseguiram adivinhar que animal a equipe imitava, obrigando-a a repetir a cena algumas vezes. "Foi constrangedor para todo mundo."
Apesar disso, após passar por 20 dinâmicas de grupo, Nakata defende a atividade. "Depende muito de quem do RH acompanha o processo. Se bem-feito, ele permite avaliar bem", diz.


Próximo Texto: Atividade é utilizada em outras fases
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.