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RODA DE FOGO
Atividade busca reproduzir dia-a-dia de profissionais
Ao sugerir situações, empresa avalia competências essenciais ao cargo
Raimundo Paccó/Folha Imagem
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Sérgio Miotto, gerente da Sigvaris |
ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL
Cedo ou tarde, todo mundo
que busca emprego ou estágio
se depara com ela. Parte essencial de muitos processos de recrutamento, a dinâmica de grupo é encarada hoje com mais
naturalidade, mas está, ainda,
entre as etapas da seleção sobre
as quais pairam mais dúvidas.
"É a ferramenta que mais faz
com que o candidato se aproxime do ambiente de trabalho",
explica o gerente-geral da
Manpower, Augusto Costa.
Sua aplicação, porém, é restrita, em geral, ao recrutamento de estagiários ou para cargos
comerciais. Segundo Costa, a
dinâmica é utilizada na seleção
de dois perfis: para recrutar
candidatos com pouca experiência ou para cargos administrativos e da indústria, com o
objetivo de acelerar o processo.
Seu outro emprego é em seleção mais refinada, já na fase final, com a intenção de identificar traços que só são percebidos no ambiente de trabalho.
"Em muitos casos, os candidatos apresentam currículos
muito parecidos. A dinâmica de
grupo agiliza o processo de seleção, garantindo um maior
grau de acerto na escolha do
perfil desejado", confirma João
Ricardo Cavalcanti, diretor de
RH da Lafarge, multinacional
francesa fabricante de cimento.
Para os selecionadores, é
nessa hora que afloram determinadas competências que não
podem ser mensuradas em
uma entrevista, por exemplo.
"Com a dinâmica, analisamos comportamentos como
capacidade de trabalho em
equipe, iniciativa, orientação
para resultados, liderança e
planejamento", diz Cavalcanti.
Nem sempre, porém, essa fase é bem-aceita pelo candidato.
Em um processo para selecionar estagiários de uma "empresa grande e famosa", a administradora Lina Nakata, 23, deparou-se, há três anos, com uma
situação constrangedora.
"Em um grupo de quatro, tivemos de, juntos, imitar um cavalo", conta ela, que reforça dizendo que cada candidato tinha
de formar uma das partes do
animal, como uma composição.
"Achei um absurdo", lembra.
Os integrantes do outro grupo não conseguiram adivinhar
que animal a equipe imitava,
obrigando-a a repetir a cena algumas vezes. "Foi constrangedor para todo mundo."
Apesar disso, após passar por
20 dinâmicas de grupo, Nakata
defende a atividade. "Depende
muito de quem do RH acompanha o processo. Se bem-feito,
ele permite avaliar bem", diz.
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