RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

No currículo, o nome de uma grande empresa na área reservada à experiência profissional funciona muita vezes como um chamariz. O estágio em firmas menores, no entanto, pode ser até mais valorizado do que em uma corporação internacional.
É o que assegura o diretor nacional de estágios da Gelre, Rossano Lippi. "Nas pequenas e médias empresas, o estudante tem condição de ter visão maior do negócio", explica.
Nas grandes empresas, em geral, conta, o aluno é alocado em uma única área. Nas pequenas, por ter acesso a todos os processos, é possível desenvolver visão estratégica global.
Foi esse um dos fatores que atraíram a aluna de comércio exterior Débora Yoshida, 24.
Depois de uma passagem de três meses por uma multinacional, Yoshida decidiu migrar para uma pequena empresa.
"Não aprendi quase nada", diz ela sobre o primeiro estágio.
Segundo a estudante, suas tarefas se resumiam a emissão de faturas e acompanhamento do embarque de mercadorias.
Na atual empresa, a SPTrade, em que está há dois meses, diz tomar parte de todo o processo, desde cotações até legislação do país de destino dos itens.
"Aqui, temos reunião geral às segundas-feiras. Conheço o desenvolvimento das áreas pelo "feedback" que temos", conta.
Segundo consultores, há dois impeditivos em estágios em pequenas firmas. Um é um plano de carreira a médio e longo prazos. O tamanho reduzido muitas vezes impede grandes pretensões do profissional.
O outro é o cuidado com empresas que buscam apenas mão-de-obra barata, sem se preocupar com o aprendizado.
Nesses casos, recomenda a consultora de RH da Catho Gláucia Santos, é melhor tomar a experiência como temporária e dedicar-se à procura de uma outra oportunidade.
E dá mais uma dica: "É na descrição das atividades no currículo que está o diferencial. Por isso é importante elencar tarefas realizadas e conhecimento adquirido".


Texto Anterior: União: Dicas para passar melhor por uma fusão
Próximo Texto: Frases
Índice