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São Paulo, domingo, 09 de março de 2003

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Segredo é não cair no comodismo

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de 23 anos trabalhando em um empresa da área de cosméticos, Arnaldo Goulart, 42, foi informado de que, devido a um processo de reestruturação da empresa, seu cargo havia sido extinto. Goulart havia entrado na empresa como office-boy e chegara a gerente de vendas.
"Minha maior preocupação foi com a família. Para a maioria dessas pessoas eu sou um herói. Como eu explicaria isso para a minha esposa, para o meu filho? Foi como se uma pessoa muito próxima morresse", lembra.
Porém, ao contrário do que se poderia esperar, um mês após a demissão Goulart se diz recuperado. O segredo, segundo ele, é baseado em três pontos. Esquecer a teoria do "e se eu tivesse feito diferente...", pois o passado não pode ser alterado. Não tentar antecipar o futuro com dilemas como "será que eu vou conseguir?" e preencher o presente com muito trabalho, mesmo desempregado.
"O importante é não ceder à tendência de ficar em casa, barbudo, sem vontade de fazer nada."

No caminho
O engenheiro Ernesto Romero, 32, gasta aproximadamente um terço do dia procurando emprego por meio de sites especializados, de anúncios de empresas e de "networking". Em seis meses, participou de cinco processos de seleção. Ele também conta com a assessoria de uma empresa de recolocação profissional.
Entretanto, avisa Romero, é preciso ficar atento à idoneidade da consultoria. "Tão frustrante quanto não achar emprego é cair na mão de empresas que só querem se aproveitar do momento."
Empregado ou não, o importante é não se acomodar na situação nem se esquecer de reavaliar, regularmente, o rumo que pretende dar à carreira. "Normalmente, as pessoas falam muito em cargos e em empresas nas quais querem trabalhar e esquecem que o cargo não é o objetivo, é um veículo. Pode-se até cair desse veículo, mas isso não significa perder o caminho", compara Gilberto Guimarães, diretor da BPI.



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