S?o Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011

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Dinâmica de grupo é fase mais temida

Etapa é receio de 28% de estudantes; entrevista e redação empatam em segundo lugar, com 26%, mostra pesquisa

DE SÃO PAULO

Ao participar de uma dinâmica de grupo, a estudante de publicidade Tâmara Leite, 20, embaralhou-se.
"Como fui a terceira a falar, senti como se estivesse repetindo o que outros candidatos disseram, e aquilo me deu mal-estar."
Ao tentar "mudar as palavras", Leite se atrapalhou. A dinâmica é a fase mais difícil em processos de seleção para estágio, considera ela.
"Você não sabe como as pessoas vão se comportar, e fica mais difícil mostrar meu potencial", afirma Leite.
A estudante não é a única a temer essa fase do processo. Levantamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágio), obtido com exclusividade pela Folha, aponta que 28% dos 6.605 alunos consultados consideram a dinâmica a fase mais difícil. Redação (26%), entrevista (26%) e testes (20%) vêm em seguida.
"A dificuldade aparece em virtude do medo de se expressar", diz o superintendente do Nube, Alberto Cavalheiro.
O estudante de administração Pedro Miguel Zadra Alves, 20, diz que dinâmicas aumentam sua ansiedade. "Nessa situação, você não conhece nem o ambiente nem as pessoas", justifica Alves.
Noely David, supervisora de processos seletivos especiais do Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola), avalia que o nervosismo faz o estudante cometer erros. "Ele monta um personagem na tentativa de impressionar, com respostas prontas."
Tentar adivinhar o que a empresa quer, no entanto, trava o estudante, considera Maira Habimorad, sócia-diretora da Cia de Talentos.

TREINO
Para não ficar sem respostas nos processos, Leite treina em casa. "Escrevo um texto, pesquiso sobre a empresa e leio em voz alta sozinha ou com amigos", explica.
O treinamento, segundo especialistas, é a melhor forma de amenizar o medo que o processo provoca.
Participar da etapa sabendo que ela é um meio de análise de perfil também ajuda a acalmar.
"A dinâmica é um instrumento que permite a avaliação do comportamento dos profissionais em diferentes situações", explica David.
Por isso especialistas em recrutamento e seleção de jovens recomendam aos estudantes não "forçar" respostas prontas ou tentar apresentar perfil diferente do seu.
Habimorad reforça que não existem fórmulas para se dar bem nessa fase e que os jovens devem apostar na naturalidade se quiserem destaque durante o processo.
"Quanto menos os candidatos procurarem saber o que podem ou não fazer, melhor, porque isso só atrapalha."
Para ela, os estudantes devem aproveitar a etapa para avaliar a oportunidade. "Processo seletivo é um momento de conhecer a empresa e ver se ela interessa." (CM)



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