São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

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recursos humanos

Assistência médica para funcionários ganha reforço

1 em cada 5 companhias oferece plano de saúde para homossexuais

Marcelo Justo/Folha Imagem
Humberto Paullelli manteve o plano após a aposentadoria


IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ainda que não seja a maior parte delas, as empresas estão, gradativamente, ampliando o leque de benefícios de plano de saúde para seus empregados.
É o que aponta a pesquisa sobre serviços de assistência à saúde da consultoria Watson Wyatt, feita em julho de 2007 com 249 empresas e obtida com exclusividade pela Folha.
O estudo mostra que 20% das companhias consultadas permitem a inclusão de parceiro do mesmo sexo como dependente no plano de saúde.
Um quarto delas também oferece a possibilidade de os funcionários continuarem com o plano após a aposentadoria.
Em relação a planos de saúde para casais homossexuais, a adoção do benefício pelas empresas nos últimos anos mostra-se cada vez mais comum.
"É uma tendência natural. O parceiro do mesmo sexo é como qualquer dependente", avalia Cesar Lopes, consultor da Watson Wyatt e um dos responsáveis pela pesquisa.
Desde outubro do ano passado, o banco HSBC estendeu aos cônjuges do mesmo sexo dos funcionários o benefício de planos médico e odontológico.
Entre se oferecer a extensão da assistência médica e ela de fato ser usufruída, contudo, a distância é grande. Na Bayer, por exemplo, a política existe, mas, por ora, nenhum empregado solicitou o benefício.
Estatais como a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também contemplam a diversidade sexual no benefício de plano de saúde.
Desde 2003, o BB inclui parceiros do mesmo sexo no benefício -em torno de 90 funcionários aderiram. A petrolífera instituiu a política em julho do ano passado e já tem 50 dependentes beneficiados.
Na CEF, desde janeiro de 2006, 179 pessoas pediram a inclusão do parceiro como dependente. A tesoureira Laurizete Oliveira, 46, é uma delas.
"Nada mais do que justo que tenhamos o mesmo benefício, pagamos o plano como os outros", afirma Oliveira, que em abril completa 29 anos de convivência com a parceira.
Tanto na iniciativa privada quanto na pública, assim como funcionários heterossexuais, casais homossexuais precisam comprovar a união estável com documentos como declaração em cartório e conta conjunta.

Aposentados
"A principal preocupação ao se aposentar é manter o padrão sem gasto", afirma Humberto Paullelli, 52, que trabalhou por 25 anos na área de recursos humanos da Bayer do Brasil. Pelo acordo com a empresa, Paul- lelli pôde escolher manter o plano médico que tinha na ativa, pagando quase o mesmo.
De acordo a Lei de Saúde, para cada ano que contribuiu com o pagamento do plano, o aposentado tem direito a usufrui-lo por um ano. No caso de mais de dez anos, o direito ao plano vira vitalício.


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