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Estabilidade maior da moeda, diversificação dos destinos e novos investimentos aceleram expansão
Redes de hotelaria hospedam as chances no ramo de turismo
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Divertimento para uns, labuta para
outros: turismo dá trabalho. Principalmente turismo de negócios, de aventura e ecológico, apontados por especialistas como as ramificações mais
promissoras dessa área -que na última década exibiu vigoroso crescimento e ainda mostra fôlego para criar
oportunidades para profissionais de
diversas categorias e níveis de escolaridade, da governança à administração.
Estabilidade maior da moeda, melhoria na infra-estrutura (como de aeroportos), capacitação da mão-de-obra e adoção definitiva de temas como aproveitamento dos recursos naturais e do patrimônio histórico-cultural na agenda nacional abriram o terreno para novos investimentos. Foram US$ 8 bilhões em obras e em infra-estrutura nos últimos sete anos, segundo o Ministério do Turismo.
Só de investimentos estrangeiros foram US$ 7 bilhões, contra US$ 2 bilhões contabilizados na década de 80,
estima o órgão, cujo objetivo é criar
condições para que a atividade atraia
mais de US$ 4 bilhões até 2007. Para isso, o governo deverá oferecer US$ 600
milhões em linhas de crédito e financiamento por meio dos bancos oficiais.
A hotelaria concentra o maior número de vagas -responde por cerca
de 1 milhão de empregos diretos e indiretos, conforme dados do Ministério
do Turismo. E reflete a expansão em
números: há em território nacional
300 novos hotéis em construção.
"Ao contrário do que está acontecendo com a indústria, o turismo é um
ramo que continua aquecido", avalia
Antonio Torres, 62, diretor de operações para o Brasil do InterContinental
Hotels Group, que em 1995 tinha apenas uma unidade no país e hoje conta
com 12. A rede quer abrir um hotel em
Maceió ainda neste ano e outros quatro em 2004 (um em Salvador, um em
Belém e dois em São Paulo).
"Apesar da crise de emprego, a área
de hotelaria tem aberto mais vagas do
que fechado", confirma Sálvio Cristófaro, 53, diretor de RH da Accor Hotels, que neste ano abriu 980 postos de
trabalho e até dezembro deve contratar mais 990 pessoas. A maioria é para
funções de arrumadeira, garçom, auxiliar de manutenção, recepcionista,
governanta e as relacionadas à cozinha. Nas atividades que pressupõem
um contato direto com os clientes, é
preciso ter, pelo menos, nível médio
completo e conhecimentos de inglês.
A Accor opera atualmente 116 hotéis
e flats no Brasil e planeja inaugurar, até
2005, mais 67 empreendimentos -14
deles neste segundo semestre (no primeiro, sete já foram abertos).
Entre os lançamentos da rede, está
uma nova unidade do enxutíssimo
formato Formule 1. "O mercado para
quatro e cinco estrelas está saturado
em São Paulo", analisa Cristófaro, vislumbrando um filão nos supereconômicos e econômicos (como o Ibis,
também operado pela Accor). Os planos prevêem mais duas unidades em
2004 e outras cinco em 2005.
O executivo também aposta em localidades alheias ao eixo Rio-São Paulo, beneficiadas pela diversificação dos
destinos de linhas aéreas. E aconselha
quem está buscando oportunidades a
sondar cidades médias e outras capitais com atrativos turísticos. Foi o que
fez o Club Med, que abriu unidade em
Trancoso (BA), a terceira no país, com
um investimento de US$ 23 milhões.
Planos ambiciosos
Responsável por 4% do PIB, conforme o Ministério do Turismo, o setor é
alvo de projetos ambiciosos. O órgão
pretende destacar três focos turísticos
por Estado para que a atividade gere
US$ 8 bilhões anuais em divisas e 1,2
milhão de postos de trabalho.
Além disso, o ministério tem como
meta atrair 9 milhões de estrangeiros
por ano, patamar bem superior aos
5,31 milhões registrados no ano 2000,
quando esse fluxo alcançou seu ápice.
Desde então, o volume de turistas estrangeiros vem caindo -em 2002 só
3,8 milhões vieram ao Brasil. (JG)
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