São Paulo, domingo, 10 de novembro de 2002

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TRABALHO À VISTA

Cruzeiro é opção para embarcar em bons salários

DEPOIMENTOS

PREPARAÇÃO Gisele Carolina de Azevedo está estudando inglês para tentar uma posição

META Susi Hélen foi garçonete da Carnival e juntou dinheiro para pagar o curso universitário

FAZ-TUDO Rodrigo Rocha da Silva trabalhou como garçom e enfrentou uma tormenta a bordo

TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo dia 26 atraca no porto de Santos (SP) o primeiro navio da temporada 2002 de cruzeiros de verão. Também em outros portos do Brasil e do mundo têm início as rotas de viagem para destinos quentes -costa brasileira, Caribe e Jamaica, por exemplo-, que oferecem boas oportunidades de trabalho.
Nesse período, as companhias marítimas realizam processos seletivos para ampliar suas tripulações e atender o grande volume de turistas. É o momento ideal para quem tem vontade de atuar no mar tentar uma vaga.
Há oportunidades para profissionais de diversos níveis -de auxiliares de cozinha a engenheiros, passando por manicures, músicos e recreadores.
Os salários são convidativos: quem fecha um contrato com valores fixos recebe de US$ 500 (ajudante de cozinha) a US$ 4.000 (engenheiro) mensais. Já funções que envolvem comissão rendem, em média, US$ 300 semanais.
"Os postos comissionados estão entre os mais lucrativos. Há barmen que ganham US$ 3.000 mensais", diz Marcelo Toledo, 34, recrutador de tripulantes da agência MBrazil. Em 2001, a empresa enviou 200 brasileiros para o mar. Neste ano, o número deve chegar a 300. "A demanda aumentou."
De acordo com Bráulio Candian, 47, criador da escola Cruise Training & Consulting, o mercado de trabalho deve crescer. "Os cruzeiros se popularizaram nos últimos 12 anos", explica.

Longe do lazer
Outro atrativo da atividade é a possibilidade de reduzir o custo de vida, já que, enquanto embarcado, o funcionário não gasta com hospedagem e alimentação.
Entre as contribuições que a experiência pode agregar à carreira estão exercitar o idioma inglês, adquirir noções de outras línguas e entrar em contato com novas e diferenciadas culturas.
"Além disso, trabalhar longe do seu país proporciona mais maturidade emocional, outro ponto bastante observado pelos selecionadores", comenta Raquel Santana Schiavon Sanches, 34, diretora da Talento Consultoria.
Mas, para quem pensa que fazer parte da tripulação de um luxuoso navio de cruzeiro significa turismo e lazer, é bom estar avisado de que o ritmo é intenso. "Lá dentro, os tripulantes trabalham como camelos", diz Susi Hélen, 19, ex-garçonete de uma companhia náutica norte-americana.


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