São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Saúde corporativa

Doença da tireoide é confundida com estresse

Hipotireoidismo atinge 16,5% das mulheres acima de 40 anos em SP

MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL


As constantes crises de choro, a mudança de humor e o aumento excessivo de peso fizeram com que a gerente de vendas Cintia Valente acreditasse que estava com estresse.
No entanto, uma consulta médica revelou que o vilão para a queda da produtividade no trabalho era o hipotireoidismo.
Apesar de bem menos difundida no ambiente profissional do que o estresse, a doença acomete cerca de 16,5% da população feminina acima de 40 anos em São Paulo, segundo Geraldo Medeiros-Neto, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e presidente do Instituto da Tireoide.
Sua principal causa é a tireoidite de Hashimoto, doença autoimune que atinge 15% da população -incluindo homens- e pode evoluir para a perda gradativa do funcionamento da glândula.
De acordo com João Roberto Maciel, corresponsável pelo ambulatório da tireoide da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), há a suspeita de que a ingestão excessiva de iodo no sal possa influenciar no desenvolvimento da doença.
"Fatores genéticos também explicam o hipotireoidismo. Uma pessoa que tem histórico familiar deve estar atenta."

Suspeita
Os principais sintomas da doença são aumento do peso, déficit de atenção, queda de cabelos, pele amarelada e seca, prisão de ventre, fadiga, alteração na libido, sensação permanente de frio e depressão.
"Se a pessoa está muito chorosa, é comum achar que está deprimida e buscar um terapeuta. Mas ela não pode descartar a possibilidade de estar com um problema na tireoide", ressalta Fernando Walder, professor de cirurgia de cabeça e pescoço da Unifesp.
"Só no Brasil, mais de 15 milhões de pessoas tomam hormônio tireoidiano", completa.
A autônoma Estela Maris Beggnozzi, 54, é uma delas. Ela conta que descobriu que tinha a doença aos 38 anos, com um clínico geral. "Eu sempre me descontrolava verbalmente. No trabalho, diziam para buscar uma terapia, sair de férias. Mas, depois que comecei a tomar remédio, melhorei", conta.


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