Registro de ocorrências aumentou 5,6% em 2005, aponta Previdência

DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores da área hospitalar foram, paradoxalmente, os que mais sofreram acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho em 2005.
Apesar de menos letal que outros setores, a atividade hospitalar somou 28.760 ocorrências, mais do que o dobro dos registros na área de edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços), com 12.537 casos. O trabalho em usinas de açúcar teve 11.264.
Esses dados fazem parte do mais recente Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho, elaborado pelo Ministério da Previdência Social com base nas CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) de 2005.
O relatório aponta ainda um acréscimo de 26 mil casos -ou 5,6%- em relação ao ano anterior. "Mas não sabemos se esse é um aumento real", pondera Rosiver Pavan, presidente da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho).
De acordo com o secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, o incremento pode ser explicado por meio de dois fenômenos. O primeiro deles é a formalização do mercado de trabalho, com aumento no volume de contribuintes da Previdência e, com isso, no de beneficiários.
Em segundo lugar, explica Schwarzer, aumentaram acidentes com afastamento por conta da empresa, reduzindo aqueles com mais de 15 dias. "Esse fato pode ser um indicativo de que melhorou a qualidade da captação de dados", aponta.
Com relação à principal parte do corpo afetada, um terço dos acidentes atinge mãos e punhos. Para o secretário, "os trabalhadores estão expostos a processos que poderiam ser redesenhados, com máquinas obsoletas e falta de capacitação, o que indica queda na qualidade da segurança no trabalho". (AR)


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