São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2007

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sua carreira

Inscrições para bolsa vão até o dia 14

Educador brasileiro tem a possibilidade de estudar no Japão com recursos do governo de lá

RAQUEL WAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TÓQUIO

"Eu sou a Fabiana. Vim do Brasil." Essas eram as únicas frases que a educadora gaúcha Fabiana Faria, 36, sabia falar em japonês quando chegou à Universidade de Utsunomiya, no leste do Japão, em 2002.
A professora de inglês Maria Naberesny, 36, sabia menos ainda: nada arriscava além de "arigatô" (obrigada) e "sayonará" (tchau) ao desembarcar em Okayama no mesmo ano.
Sem ascendência japonesa, ambas conseguiram uma bolsa do Ministério da Educação japonês destinada ao aperfeiçoamento de professores dos ensinos fundamental e médio.
No valor de 172 mil ienes por mês (cerca de US$ 1.700), a bolsa -cuja inscrição está aberta até o dia 14- tem duração de 18 meses e inclui passagem aérea, seis meses de curso de japonês e taxas da universidade.
"Não é fácil encontrar uma oportunidade como essa", observa Naberesny. "A valorização que um professor tem [no Japão] é demais, me senti uma celebridade", recorda Faria.
Para obter o apoio aos estudos, contudo, é preciso esforçar-se: além de preencher requisitos como experiência de cinco anos e limite de idade de 35 anos, o educador deve apresentar um projeto de pesquisa e fazer prova de inglês e outra de japonês (que pode ser entregue em branco). Se aprovado, passa por uma banca de avaliadores.
"A última fase é que define quem vem ou não", afirma a professora de química Paula Keiko Kita, 31, que, desde outubro, estuda na Universidade de Tokyo Gakugei, em Tóquio.
"Parte da entrevista é em português e parte é em japonês ou inglês. É preciso descrever o projeto, e a banca pergunta se a pessoa vai agüentar ficar longe da família e o que vai fazer quando voltar ao Brasil", conta.

Mestrado e doutorado
O governo japonês concede outros cinco tipos de auxílio (confira opções desse e de outros países no quadro abaixo). Segundo Mieko Miura, assessora cultural do Consulado do Japão em São Paulo, o número de bolsistas tem aumentado ano a ano. "Uma das vantagens é oferecer a oportunidade de dedicar-se em tempo integral aos estudos", enfatiza Miura.
Para o maranhense Claus de Castro Aranha, 26, mestrando em computação na Universidade de Tóquio, com a pensão, dá para viajar e viver sem apertos. "A vantagem de estudar no país são não só os recursos financeiros mas também os humanos. Estou em um ambiente com gente muito interessada e quase obcecada pelo que faz", diz.


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