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sua carreira
Inscrições para bolsa vão até o dia 14
Educador brasileiro tem a possibilidade de estudar no Japão com recursos do governo de lá
RAQUEL WAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE
TÓQUIO
"Eu sou a Fabiana. Vim do
Brasil." Essas eram as únicas
frases que a educadora gaúcha
Fabiana Faria, 36, sabia falar
em japonês quando chegou à
Universidade de Utsunomiya,
no leste do Japão, em 2002.
A professora de inglês Maria
Naberesny, 36, sabia menos
ainda: nada arriscava além de
"arigatô" (obrigada) e "sayonará" (tchau) ao desembarcar em
Okayama no mesmo ano.
Sem ascendência japonesa,
ambas conseguiram uma bolsa
do Ministério da Educação japonês destinada ao aperfeiçoamento de professores dos ensinos fundamental e médio.
No valor de 172 mil ienes por
mês (cerca de US$ 1.700), a bolsa -cuja inscrição está aberta
até o dia 14- tem duração de 18
meses e inclui passagem aérea,
seis meses de curso de japonês
e taxas da universidade.
"Não é fácil encontrar uma
oportunidade como essa", observa Naberesny. "A valorização que um professor tem [no
Japão] é demais, me senti uma
celebridade", recorda Faria.
Para obter o apoio aos estudos, contudo, é preciso esforçar-se: além de preencher requisitos como experiência de
cinco anos e limite de idade de
35 anos, o educador deve apresentar um projeto de pesquisa e
fazer prova de inglês e outra de
japonês (que pode ser entregue
em branco). Se aprovado, passa
por uma banca de avaliadores.
"A última fase é que define
quem vem ou não", afirma a
professora de química Paula
Keiko Kita, 31, que, desde outubro, estuda na Universidade de
Tokyo Gakugei, em Tóquio.
"Parte da entrevista é em
português e parte é em japonês
ou inglês. É preciso descrever o
projeto, e a banca pergunta se a
pessoa vai agüentar ficar longe
da família e o que vai fazer
quando voltar ao Brasil", conta.
Mestrado e doutorado
O governo japonês concede
outros cinco tipos de auxílio
(confira opções desse e de outros países no quadro abaixo).
Segundo Mieko Miura, assessora cultural do Consulado do
Japão em São Paulo, o número
de bolsistas tem aumentado
ano a ano. "Uma das vantagens
é oferecer a oportunidade de
dedicar-se em tempo integral
aos estudos", enfatiza Miura.
Para o maranhense Claus de
Castro Aranha, 26, mestrando
em computação na Universidade de Tóquio, com a pensão, dá
para viajar e viver sem apertos.
"A vantagem de estudar no país
são não só os recursos financeiros mas também os humanos.
Estou em um ambiente com
gente muito interessada e quase obcecada pelo que faz", diz.
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