|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Relações internacionais buscam novo alvo
LUÍS PEREZ
da Reportagem Local
Obter trabalho nos tipos de empresa que mais empregam -as
pequenas e médias. Esse é o próximo investimento dos profissionais
de relações internacionais.
Se falar em globalização e internacionalização já virou lugar-comum, esse profissional ganha espaço por conta da iniciativa privada, ávida por novos mercados.
A carreira -nova e sempre confundida com comércio exterior-
permite que o profissional atue em
entidades como embaixadas,
agências governamentais, câmaras de comércio e na iniciativa privada. Ele funde conhecimentos de
direito e economia.
O raciocínio é o seguinte: se uma
multinacional já chega com toda a
força em um mercado, os principais empregadores do graduado
em relações internacionais são as
médias e pequenas organizações.
Já as grandes precisam dele para
conseguir informações detalhadas
sobre estabilidade política e econômica, além de análises sobre os
valores culturais do país onde está
ou pretende investir.
Curso novo
O curso é tão novo que ainda não
há formados pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo), única que oferece graduação no Estado de São Paulo. A universidade só vai formar seus alunos a partir do próximo ano.
As pioneiras do gênero foram a
UnB (Universidade de Brasília) e a
Unesa (Universidade Estácio de
Sá), do Rio. Há pequenas diferenças entre elas. Enquanto a UnB é
mais voltada à carreira diplomática, a Unesa se preocupa com comércio exterior.
"O curso da PUC tem um perfil
mais multidisciplinar, com ênfase
a quem quer prestar assessoria a
empresas não-governamentais",
afirma Paulo Resende, 64, coordenador do curso da PUC.
As médias salariais são mais altas
-mas isso não ocorre por acaso.
Para se ter uma idéia, um estagiário do Departamento de Assuntos
Internacionais da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo) recebe uma bolsa-auxílio de aproximadamente R$ 900.
Para comércio exterior, esse valor
está entre R$ 600 e R$ 700.
Resende, com bom humor, afirma que dominar outros idiomas
não é pré-requisito para entrar no
curso. "Mas é para sair dele", diz.
Há também exame de proficiência
em português.
Um bom preparo ao longo dos
quatro anos pode proporcionar
um salário inicial entre R$ 3.000 e
R$ 5.000. Outro ponto importante
é o sacrifício humano na carreira.
Não é todo mundo que vai trabalhar em Londres ou Paris. No roteiro desse profissional, podem estar vários países da América Latina, África e Ásia.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|