São Paulo, domingo, 11 de novembro de 2007

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Palco é conseqüência, não profissão

Em tempos em que todos têm algo a dizer, oradores famosos defendem reconhecimento

MARIA CAROLINA NOMURA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando se aposentou como jogador profissional de basquete, o cestinha Oscar Schmidt, 50, já tinha idéia do que faria de sua vida: seria palestrante.
Sabia que a experiência na superação de desafios era o sinal verde para compartilhar sua vivência com as empresas.
Assim como o ex-atleta, milhares de profissionais -famosos ou não- também se arriscam nesse mercado, esperando que suas palavras valham ouro.
Só que, para subir ao pódio do reconhecimento e ganhar por isso, o palestrante deve dominar o assunto e ter credibilidade em seu meio, segundo afirmam os que de fato fazem dinheiro atrás dos púlpitos.
Marcos Braga, vice-presidente da HSM, enfatiza que "o profissional escolhido tem de ser referência mundial no assunto sobre o qual fala". A HSM trouxe ao Brasil, na semana passada, nomes como Michael Porter e Alan Greenspan para a ExpoManagement.
"Fazemos pesquisas para saber sobre o que as pessoas querem ouvir e então buscamos as referências no tema", explica.
Stephen Kanitz, 62, que já fez mais de 500 palestras, faz coro. "A pessoa tem que ser um exemplo, conhecida pelo que faz, não por dar palestras."
Crítico dos caça-níqueis, ele defende que "ser palestrante não é uma profissão, mas conseqüência do trabalho".

Da barraca ao palco
No orçamento do camelô David Portes, 50, as palestras sobre marketing e motivação representam 50% do ganha-pão.
"Comecei a sair na mídia por causa das técnicas de marketing que aplicava na minha banca de doces. Eu nem sabia o que era uma palestra."
Há sete anos nos palanques, Portes dá palestras em todo o Brasil e diz não sair de casa "por menos de R$ 12 mil".
Entre as poucas mulheres que disputam essa seara está Leila Navarro, 55. No ramo há nove anos, diz que é conhecida como "viagra empresarial".
"A gente ganha o público nos cinco minutos de entrada e nos cinco minutos finais", ensina.


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