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MULTIPLICAÇÃO DE APRENDIZ
Pressionadas por lei, firmas contratam mais jovens
Ministério aposta na fiscalização das empresas para fomentar novas vagas
Renato Stockler/Folha Imagem
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A contadora Flávia Aparecida Oliveira de Lima (ao centro) cercada por jovens que fazem parte do programa Jovem Aprendiz
RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL
O aperto na fiscalização das
empresas é um dos principais
motivos citados pelo Ministério do Trabalho e Emprego para o aumento na contratação de
aprendizes nos últimos anos.
Entre 2005 e 2006, houve
um crescimento de 49% no número de jovens contratados em
razão do monitoramento das
DRTs. Foram 29.605 em 2005
e 44.049 em 2006. Apenas de
janeiro a abril de 2007, outros
24.720 assinaram contrato. E,
se depender da vigilância, os
números tendem a crescer.
"A fiscalização é o instrumento mais importante [para
garantir o ingresso de aprendizes no mercado]", afirma o secretário de Políticas Públicas
do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), Sérgio Vidigal.
Aprovada em 2000, a Lei do
Aprendiz obriga todas as empresas -com exceção de micro
e pequenas- a empregar e matricular em cursos do Serviço
Nacional de Aprendizagem ou
de instituições cadastradas um
número de jovens equivalente
a de 5% a 15% dos empregados.
Nem todas, porém, cumprem
a exigência. E, por isso, o governo precisa agir. De 2003 a abril
deste ano, 502.130 contratos
foram feitos. Devido às ações de
fiscalização das DRTs (Delegacia Regional do Trabalho),
141.735 jovens foram absorvidos ao longo desse período.
O ministério, no entanto, não
sabe quantos jovens poderiam
ser beneficiados com a lei. Com
idades entre 14 e 24 anos, os
aprendizes recebem formação
específica, que varia de seis a 24
meses, e têm carteira assinada.
Esfera pública
Na mira das DRTs, além da
iniciativa privada, passam a fazer parte também as companhias estatais, informa o MTE.
A mudança é expressiva. Entre 2003 e 2005 não houve registro de contratação de aprendizes por parte das estatais. No
ano passado, porém, elas contrataram 13.110 jovens.
Segundo o MTE, os Correios
serão a próxima empresa a contar com o programa. A absorção
de aprendizes no setor público
também deve ser adotada pelo
governo paulista, diz Rogerio
Amato, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social.
"Primeiro foi a vez da união
de iniciativa privada e terceiro
setor [para desenvolver o programa]", diz. Agora seria a vez
do governo. Amato, no entanto,
diz que essa deve ser "prioritariamente uma ação da iniciativa privada". "Mais de 70% deles
ficam [são contratados após
treinamento]", afirma.
Não foi essa a experiência de
José Carlos Oliveira Júnior, 17.
Após trabalhar como aprendiz
em uma seguradora, não foi
efetivado. Em agosto, quando
comemora 18 anos, completa
também um ano desempregado. "Estou fazendo entrevistas
em corretoras, mas não está
"rolando'", diz ele, que busca vaga de auxiliar administrativo.
"Mas acho que, se não tivesse
feito o curso, seria pior."
Com Willian Vieira, colaboração para a Folha
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