São Paulo, domingo, 16 de março de 2008

Próximo Texto | Índice

NAVIO EM CURSO

Estudantes zarpam para experiência em alto-mar

Graduação e inglês são opções de cursos; viagem dura até um semestre

Ricardo Marques/Folha Imagem
Natália Teles cursou um semestre de graduação em desenvolvimento sustentável a bordo do navio The Scholar Ship

MAÍRA TERMERO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Nada de cassinos ou shows. Agora, a nova onda a bordo de cruzeiros são cursos. Em alto-mar, alunos de todo o mundo fazem até um semestre de estudos -de "high school", graduação, pós-graduação ou inglês.
Os currículos são elaborados por grandes intituições de ensino internacionais, como a Universidade da Califórnia (Estados Unidos), a London School of English (Reino Unido) e a Universidade Fudan (China).
Quando o navio aporta, os alunos participam de trabalhos de campo ou fazem turismo. "É surreal pensar que morei em um navio por quatro meses, com pessoas de todo lugar do mundo", conta a psicóloga Natália Teles, 25, de Brasília.
Ela cursou um semestre de graduação em desenvolvimento sustentável no navio The Scholar Ship, que partiu da Grécia em setembro de 2007.
Teles tinha aulas, provas e trabalhos acadêmicos em inglês. Para fazer pesquisas, havia uma biblioteca a bordo. Após as aulas, todos se reuniam na piscina do convés ou na balada.
A convivência com diversas culturas e a possibilidade de conhecer muitos lugares em apenas uma viagem são os itens mais valorizados por quem opta por um curso em um navio.
"Quero aprender a lidar com situações diferentes e sobre cada país", diz a turismóloga Juliana Tonidandel, 22, que está a bordo do Scholar Ship. "Espero aprender a construir relações na diversidade cultural", diz a relações-internacionais Ana Paula Calil, 27, de Brasília.

Sufoco
Apesar das vantagens, viver em um espaço restrito, com pouca comunicação externa -o acesso à internet é limitado-, não é fácil para os alunos.
"No começo, é muito cansativo, e o navio mexe muito. Até me adaptar, não descansei bem", conta Teles. "Não há para onde escapar. É como morar em uma pequena vila sem poder sair", destaca Tonidandel.
Fora os riscos da vida em alto-mar. Em 2005, os alunos do MV Explorer, da Semester at Sea, enfrentaram uma tempestade com ondas de 15 metros.
O cineasta Ricardo Machado, 27, embarcou no navio no porto seguinte, na Cidade do Cabo (África do Sul). "O clima estava bem tenso", relata.


Próximo Texto: Valor: Para consultora, é preciso pesar custo/benefício da experiência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.