São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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Trabalho provisório rende experiência permanente

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ganhar vivência, aprender novas funções ou juntar dinheiro. São muitos os motivos que levam os profissionais a buscar trabalho temporário, o que não esconde, porém, a crise e a falta de expectativa no mercado formal.
Nigéria Kelly Ramos Bueno Assunção, 23, hoje atendente de operações do parque temático Hopi Hari, ficou quatro anos desempregada. Nas férias de janeiro deste ano, ela conseguiu uma vaga temporária no parque, na área de alimentos e bebidas. Essa foi a primeira vez em que atuou na função, mas isso não a intimidou.
Assunção trabalhou como temporária durante três meses. No último dia do contrato, soube que se tornaria funcionária fixa.
"O serviço temporário funciona como um período de experiência. Do número total de profissionais, cerca de 90% são efetivados e permanecem no parque", afirma o diretor de operações do Hopi Hari, Decio Honorato Alves.

Duradouro
Sorte igual não teve o estudante de administração de empresas Luciano Sachetti Merher, 24, que há três anos trabalha como temporário na divulgação de produtos para a Bullet Promoções.
Ele chega a ganhar R$ 2.500 por mês como supervisor de equipe de promoção. "Tenho bons contatos na noite paulistana. O dinheiro que ganho só depende do meu desempenho. É claro que queria ser contratado, mas não consigo arrumar emprego fixo."
Já para a estudante de hotelaria Bruna Nogueira Dompieri, 20, ser temporária foi opção própria.
Depois de acampar por dez anos, decidiu ser monitora de acampamento de férias. "Gosto muito de recreação e queria ter uma experiência de trabalho", diz Dompieri, no cargo desde 2000.
Ela trabalha nas férias e nos feriados e diz que o fato de ser temporária é ponto a seu favor. "Quero ter emprego fixo no futuro, mas agora preciso de mais tempo para estudar e fazer cursos."

Globalizados
Muitos estudantes também aproveitam as férias para ganhar vivência no exterior. A engenheira civil Tatiane Rodrigues Costa, 23, vai estagiar por seis semanas em uma empresa na Hungria.
Ela se inscreveu em um programa de "internship" (curso de inglês associado a estágio). Investiu cerca de R$ 3.500 em passagens aéreas, taxa de intercâmbio e taxa de inscrição do estágio.
Na Hungria, terá gastos com alimentação, mas o alojamento fica por conta da empresa. O salário mensal será de cerca de R$ 700.
O investimento, segundo Costa, vai valer a pena. "Quero aprimorar meu domínio de inglês, ganhar conhecimento e aprender novas formas de trabalho."



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