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SUSTENTO GARANTIDO
Variação salarial média ficou pouco acima da inflação
Entre os setores, comércio registra o maior aumento
MARIA CAROLINA NOMURA
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o holerite mostrou um
aumento de salário em 2007,
mas o acréscimo pareceu não
ter rendido no bolso, a culpa
pode ser não só do empregador
ou das convenções trabalhistas.
Segundo a pesquisa Bolsa de
Salários, feita pelo Datafolha, a
variação salarial média foi de
5,03% em 2007. A inflação acumulada no ano foi de 4,38%, de
acordo com o IPC-Fipe (Índice
de Preços ao Consumidor do
Município de São Paulo, calculado pela Fundação Instituto
de Pesquisas Econômicas).
Dessa maneira, o ganho real
do trabalhador foi de 0,65 pontos percentuais (menor do que
em 2006, quando a inflação
acumulada foi de 2,55%, segundo o IPC-Fipe, e a variação salarial foi de 4,9%).
Salomão Quadros, coordenador de análises econômicas da
FGV (Fundação Getulio Vargas), ressalta que, em 2007,
houve ganho real, mas a inflação baixa não se sustentou.
Para o professor do laboratório de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração) José Roberto Saboya, os
reajustes estiveram aquém do
esperado, mas os salários devem continuar crescendo, em
razão do melhor desempenho
da economia brasileira.
Maior aumento
Algumas ocupações tiveram
aumentos mais expressivos. O
crescimento da indústria e da
construção civil e a demanda
por profissionais de nível técnico e operacional impulsionaram o reajuste das categorias ligadas àqueles setores.
Operador de torno-revólver,
por exemplo, foi a função que
recebeu o maior aumento, de
10,59%, seguida por ajudante
de pedreiro, com 10,06%.
"Funções de escritório não se
beneficiaram dos bônus como o
alto escalão e não tiveram a
mesma demanda que profissões técnicas", afirma Saboya.
Segundo o Datafolha, as menores variações médias ficaram
para os grupos de ocupações de
nível superior, 4,45%. Entre as
profissões que ficaram muito
abaixo do índice da inflação está a de programador de materiais, 0,76% (leia mais à pág. 3).
Altas vendas
O comércio foi o setor que
apresentou melhor desempenho, 6,18%, seguido pela indústria, 5,94%. "O setor cresceu 8%
no último trimestre de 2007",
afirma Quadros, da FGV.
Para Fernanda Della Rosa,
diretora de assuntos econômicos da Federação do Comércio
do Estado de São Paulo, a explicação está no acesso ao crédito,
bastante utilizado no segmento
de bens duráveis. Vittorio Rossi
Jr., presidente da concessionária Primo Rossi, faz coro. "A indústria automobilística estava
estagnada desde 1997. Em
2007, houve um aumento expressivo no faturamento."
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