UOL


São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRADUZINDO

Conversa ajuda a matar "bicho-papão"

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Liguei para a professora, chamada Priscilla, que atendeu com um "alô". No momento em que eu disse meu nome, automaticamente ela "acionou" o inglês. Começava a minha primeira aula por telefone.
Eu já havia recebido previamente, por e-mail, algumas sugestões de tópicos para discutirmos durante a aula, que teria duração de meia hora, mas ainda não tinha tido tempo de analisar com calma.
Foi ela quem sugeriu o primeiro assunto: "O que esperamos com ansiedade raramente acontece; o que menos esperamos geralmente se torna realidade".
Daí para a frente enveredamos por uma discussão filosófica a respeito da vida, sempre em inglês. Quando dei por mim, já havia contado parte da minha.
Como não havia lido os tópicos, imaginei que a conversa ficaria truncada, mas Priscilla não vacilou, tinha sempre um comentário ou uma pergunta na ponta da língua. Os 30 minutos passaram muito rápido, ao final dos quais já havíamos falado sobre assuntos tão diversos como a influência do dinheiro na vida humana e a carreira de meu pai.
A maior controvérsia ocorreu quando analisávamos se a memória pode, às vezes, ser melhor que o fato real. Eu defendi a tese de que o apego exagerado ao passado pode levar uma pessoa a não olhar mais para o futuro.
Priscila rebateu, salientando o papel de uma boa lembrança que fica depois de uma experiência que, ao vivo, pode não ter sido muito gratificante.
Depois da aula, recebi um e-mail com a grafia das palavras que eu havia pronunciado incorretamente e alguns comentários. Mais do que vocabulário, no entanto, ganhei segurança. Falar ao telefone em inglês já não é mais um "bicho-papão".


A jornalista Renata de Gáspari Valdejão participou de aula por telefone a convite da Companhia de Idiomas.


Texto Anterior: Conversação
Próximo Texto: Sistema de imersão: "Mergulhar" na nova língua ajuda a acelerar aprendizado
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.