São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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O CAMINHO DO EMPREGO

Empresas assumem treinamento

Pressionadas, companhias passam a investir na capacitação de potenciais candidatos

DA REPORTAGEM LOCAL

O discurso sobre a falta de mão-de-obra qualificada está sendo substituído, aos poucos, pela ação. Percebendo a dificuldade em recrutar e selecionar pessoas com deficiência para suprir a cota exigida por lei, empresas de grande porte passam, agora, a investir na formação de trabalhadores -não só para seu quadro funcional mas também para a concorrência.
"Dizer que não encontra pessoas qualificadas é uma armadilha", diz João Baptista Ribas, da área de cidadania empresarial da Serasa e coordenador do Fórum de Empregabilidade de Pessoas com Deficiência. "Oras, tragam para dentro [da empresa] e qualifiquem", diz.
Em 2001, havia apenas 12 empresas cumprindo a Lei de Cotas em todo o Estado. Dois anos mais tarde, esse número passou para 316. Sob pressão do rigor imposto pela fiscalização, o quadro mudou em 2004. Em agosto deste ano, eram 4.917 empresas cumprindo a lei.
"Não encontrar profissionais qualificados não quer dizer que não haja pessoas com potencial", provoca Ribas.
O Senai da Bahia elaborou uma pesquisa com 200 empresas do Estado nordestino para conhecer o mercado potencial para as pessoas com deficiência: 43% delas não contratavam alegando falta de qualificação.
Atualmente, o Senai é um dos pontos de apoio nas parcerias estabelecidas por empresas privadas com foco em treinamento e qualificação de pessoal.
Claro e Bosch são exemplos dessa iniciativa. A primeira capacitou, em parceria com uma ONG, 250 pessoas nos últimos dois anos em cursos de atendimento ao cliente e informática, apesar de afirmar não contratar todos os profissionais. Com o mesmo discurso, a Bosch já formou cem pessoas por meio de aulas de mecânica básica.


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