São Paulo, domingo, 18 de novembro de 2007
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HERANÇA CULTURAL Cultura do país de origem influi em gerências locais Empregados de multinacionais vêem diferenças nos estilos de gestão
CRISTIANE ALVES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Os turistas entram em contato, "in loco", com as características culturais de países que visitam. No mundo empresarial, não é preciso se deslocar: em subsidiárias de multinacionais, o estilo de gerenciamento traz as marcas da cultura da matriz. Liberdade de ação, perspectiva de crescimento, respeito à hierarquia e pontualidade nos prazos são alguns dos quesitos influenciados pela cultura do país de origem da organização. Quem já transitou entre empresas de diferentes nacionalidades atesta as diferenças. O gerente comercial Marcelo Kalil, 44, trabalhou em firmas de origens brasileira, americana, coreana, espanhola e portuguesa. A coreana, conta, foi a que mais lhe causou impacto. "É muito rígida. É comum um líder ser repreendido da mesma maneira como se faz no exército", descreve. Mas, para Kalil, a experiência foi um "fator de enriquecimento". "Aprendi bastante." Gustavo Barthelson, 37, mudou de uma multinacional de origem alemã para uma norte-americana. "O estilo de gerenciamento das administrações alemãs é extremamente coercitivo. Há um nível de fiscalização [dos funcionários] que não condiz com a realidade deste século", avalia Barthelson. "Havia um grande obstáculo à proposição de idéias. Sabia que o que eu queria para minha vida não estava ali", resume. Barthelson é agora coordenador operacional na IBM. "A forma como a americana faz a gestão das suas pessoas é muito mais democrática. O funcionário é livre para decidir qual é a melhor forma de trabalhar um material e o melhor horário. O que interessa é o prazo final e a tarefa completa", pontua. Pode haver diferenças, no entanto, entre organizações de mesma nacionalidade. Segundo Elisabete Rello, diretora de recursos humanos da alemã Bayer, o perfil da empresa respeita e desenvolve as pessoas. "Há estilos de gestão mais controladores e outros mais participativos", afirma. Para a consultora da DBM Fátima Rosseto, é importante o profissional "considerar o quanto a cultura [da empresa] está formatada ou em processo de formação e reavaliação". Outro fator a ser analisado é a liberdade de ação das lideranças locais. "Cada empresa funciona de um jeito porque depende de quanto espaço o presidente conquistou para tomar decisões", explica. Próximo Texto: Perfil das chinesas ganha espaço no Brasil Índice |
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