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São Paulo, domingo, 19 de outubro de 2003

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ORÇAMENTO

Financiamentos, bolsas de estudo e oferta de subsídios ajudam a viabilizar o novo diploma

Primeiro teste é calcular despesas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O administrador de empresas Valter Cursio, 35, decidiu, no ano passado, que chegara a hora de encarar um MBA. Para o financiamento do curso, que custa em média R$ 30 mil, pediu ajuda à sua firma. A resposta foi negativa.
Mas não se intimidou. "Percebi que minha carreira pertencia a mim, e não à empresa." Arregaçou as mangas e assumiu os custos sozinho. Durante 2002, poupou mensalmente o equivalente a 15% de seu salário. "Revi custos e cortei o que não era essencial."
Em tempos de ajustes financeiros, que levam as empresas a economizar em treinamento, a decisão pela pós deve ser acompanhada de um bom planejamento.
Os preços dos MBAs oscilam bastante. Os mais caros são os internacionais, que variam de US$ 100 mil a US$ 150 mil, com duração de dois anos. Éder Martins, 32, que está na Tuck School of Business, nos EUA, compôs pacote com bolsa de estudos e empréstimos a juros baixos do Tio Sam.
No Brasil, MBAs executivos com módulo no exterior encabeçam a lista dos cursos mais caros, podendo alcançar US$ 45 mil.
Corpo docente e número de alunos em sala de aula pesam na composição dos preços da pós. Já a carga horária é diretamente proporcional ao custo. O uso de novas tecnologias, como teleconferências internacionais, e de metodologias multidisciplinares também impacta os preços. Por outro lado, sistemas de ensino à distância barateiam a conta. Atente para as diferentes combinações.
Na hora da escolha, informe-se sobre bolsas de estudo, financiamentos bancário e da escola. Ainda assim, se o bolso não estiver em forma, cogite começar a pós por cursos de educação continuada ou de especialização com programas menos complexos, que têm custo menor, postergando o ingresso no MBA. Outra dica de economia é optar por instituições de ensino com boas bibliotecas e que ofereçam palestras, workshops e viagens de estudo sem custos adicionais.

Subsídios na balança
Na Fundação Dom Cabral, o percentual de companhias que patrocinam integralmente os cursos dos profissionais caiu pela metade nos últimos três anos. "Foi-se o tempo em que as empresas cuidavam da carreira. Hoje elas querem dividir a responsabilidade", avalia o coordenador-geral do MBA da instituição, Alceu Moraes de Queirós.
A Siemens, por exemplo, paga no máximo 70% do valor de MBAs e de especializações.
Os financiamentos por parte das corporações costumam envolver comprometimento ético de ambos os lados. Eventuais afastamentos em razão do curso são negociados. É exigido, porém, que a produtividade seja mantida.
Quando ausente, Edson Badan, 51, diretor de tecnologia da informação da Ford para a América do Sul, toma ciência dos negócios remotamente. "Acompanho por e-mail", diz Badan, aluno de MBA na Universidade de Pittsburgh.
Antes de pegar carona nos subsídios, contudo, é importante atentar para as perspectivas profissionais dentro da companhia, já que, após um MBA, não se espera que o funcionário troque de emprego. "A empresa deve oferecer condições de permanência depois da pós", afirma Carlos Mecchi, gerente de RH da Philips para a América Latina. (SBR)


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