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ESPANHOL
Portunhol atrapalha crescimento na empresa
Palestras e conversas com colegas afinam vocabulário profissional
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A origem é latina e os espanhóis estão logo ali, ao lado dos
portugueses. Isso, porém, não
significa poder dar um jeitinho.
Quem adota o portunhol pode perder negócios na segunda
língua mais importante para o
currículo depois do inglês.
Foi para evitar essa armadilha que Agner Marsili, 34, gerente de desenvolvimento de
novos negócios da Cushman &
Wakefield, decidiu dedicar
duas horas semanais à aula particular de espanhol, com meia
hora diária de estudo em casa.
"A evolução é rápida, o curso
foca gramática aplicada a textos de interesse profissional.
Mas a gramática é tão complexa quanto a nossa", conta.
"Podemos até entender 80%
do que se fala, já que conjugações e bases léxica e sintática
são semelhantes, mas isso não
garante habilidade de expressão oral e escrita", alerta Fernanda Rodrigues, professora
do Centro de Línguas da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
É justamente a semelhança
que pode atrapalhar o aprendizado de quem acha que logo dominará o idioma. Segundo Rodrigues, pesquisas da Universidade de Buenos Aires mostram
que um brasileiro chega ao primeiro nível de intermediário
mais rapidamente que um alemão, mas os germânicos chegam ao avançado com menos
horas de aulas do que nós.
"O brasileiro acha que é fácil
e que se comunica bem porque
entende e sabe tudo", critica.
Segundo especialistas, o curso não precisa necessariamente ser focado em negócios. "São
um pouco fictícios", diz Marcos
da Silva, presidente da Apeesp
(Associação de Professores de
Espanhol do Estado de São
Paulo). Ele sugere aulas particulares se houver urgência de
aprender para uso comercial.
"Não vemos necessidade do
curso de negócios. Esse vocabulário, em espanhol, é vivenciado em palestras, conversas
com diretoria e expatriados e
troca de mensagens", diz Taissa
Marioti, analista de RH da Repsol YPF Brasil, onde se usa o espanhol no cotidiano.
Aprendizado na prática
Quando entrou na Repsol
YPF Brasil, Josiane da Silva
Costa, 27, analista de relações
institucionais e com a comunidade, não conhecia o espanhol.
Contratada, foi às aulas. "Isso
aumentou minha capacidade
de comunicação e me proporcionou participação em palestras e eventos internacionais."
Algumas empresas oferecem
cursos on-line aos empregados,
como o banco Santander, que
tem parceria com o Instituto
Cervantes para dar cursos a
distância a 400 funcionários.
"É importante também aprender as diferenças culturais. Não
dá para focar só em negócios,
senão parece uma extensão do
trabalho", diz Paulo Andrés
Alaya, coordenador pedagógico
da Idiomas To Go.
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