São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2008

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ESPANHOL

Portunhol atrapalha crescimento na empresa

Palestras e conversas com colegas afinam vocabulário profissional

GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A origem é latina e os espanhóis estão logo ali, ao lado dos portugueses. Isso, porém, não significa poder dar um jeitinho.
Quem adota o portunhol pode perder negócios na segunda língua mais importante para o currículo depois do inglês.
Foi para evitar essa armadilha que Agner Marsili, 34, gerente de desenvolvimento de novos negócios da Cushman & Wakefield, decidiu dedicar duas horas semanais à aula particular de espanhol, com meia hora diária de estudo em casa.
"A evolução é rápida, o curso foca gramática aplicada a textos de interesse profissional. Mas a gramática é tão complexa quanto a nossa", conta.
"Podemos até entender 80% do que se fala, já que conjugações e bases léxica e sintática são semelhantes, mas isso não garante habilidade de expressão oral e escrita", alerta Fernanda Rodrigues, professora do Centro de Línguas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
É justamente a semelhança que pode atrapalhar o aprendizado de quem acha que logo dominará o idioma. Segundo Rodrigues, pesquisas da Universidade de Buenos Aires mostram que um brasileiro chega ao primeiro nível de intermediário mais rapidamente que um alemão, mas os germânicos chegam ao avançado com menos horas de aulas do que nós.
"O brasileiro acha que é fácil e que se comunica bem porque entende e sabe tudo", critica.
Segundo especialistas, o curso não precisa necessariamente ser focado em negócios. "São um pouco fictícios", diz Marcos da Silva, presidente da Apeesp (Associação de Professores de Espanhol do Estado de São Paulo). Ele sugere aulas particulares se houver urgência de aprender para uso comercial.
"Não vemos necessidade do curso de negócios. Esse vocabulário, em espanhol, é vivenciado em palestras, conversas com diretoria e expatriados e troca de mensagens", diz Taissa Marioti, analista de RH da Repsol YPF Brasil, onde se usa o espanhol no cotidiano.

Aprendizado na prática
Quando entrou na Repsol YPF Brasil, Josiane da Silva Costa, 27, analista de relações institucionais e com a comunidade, não conhecia o espanhol.
Contratada, foi às aulas. "Isso aumentou minha capacidade de comunicação e me proporcionou participação em palestras e eventos internacionais."
Algumas empresas oferecem cursos on-line aos empregados, como o banco Santander, que tem parceria com o Instituto Cervantes para dar cursos a distância a 400 funcionários. "É importante também aprender as diferenças culturais. Não dá para focar só em negócios, senão parece uma extensão do trabalho", diz Paulo Andrés Alaya, coordenador pedagógico da Idiomas To Go.


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