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Maior queixa de gestores é arrogância de quem supera fase de seleção a trainee
Carreira perde se sucesso sobe à cabeça
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O sucesso profissional é o grande objeto de desejo dos trainees.
Por isso programas considerados
de ponta -como os de AmBev,
Alcoa, Johnson, Natura e Unilever- são enormes chamarizes.
Na visão desses profissionais, empresas sólidas oferecem grandes
oportunidades de carreira.
O perigo de quem passa em um
processo de seleção com esse
peso, no entanto, é deixar o sucesso subir à cabeça e colocar tudo
a perder. "Nada contra ser arrojado quando tiver de ser, mas é preciso aprender primeiro", aconselha Denys Monteiro, vice-presidente da consultoria Fesa.
"Não é porque passou em um
concurso com 12 mil concorrentes que você é o máximo. A partir
dali, tem de começar do zero",
concorda Júlia Alonso, sócia da
Passareli Talentos. Segundo ela,
as maiores reclamações dos gestores são a respeito da arrogância
de alguns trainees. "É preciso colocar a cabeça no lugar."
Daniela Martins de Souza, 22,
parece ter absorvido a idéia.
Egressa do estágio da Comissão
de Valores Mobiliários, entrou
neste ano no programa da Alcoa.
A experiência anterior, no entanto, não fez com que ela deixasse de
encarar a nova situação como um
desafio. "No começo é sempre difícil. É preciso chegar com humildade e com vontade de aprender.
No primeiro mês, somos como
uma esponja: precisamos absorver tudo", afirma ela.
No início da década de 90, a
grande fascinação era causada pelas empresas do mercado de consumo, com programas de trainee
bem estruturados e de grande
apelo. "De lá para cá, o mercado
financeiro tomou o lugar na preferência dos novatos", analisa
Glaucy Bocci, da William Mercer.
A marca do currículo
Quem tem na bagagem a participação em um programa de trainee de uma grande empresa ganha pontos no currículo, mas não
deve pensar que já está garantido
para o resto da vida profissional.
"O mercado inteiro sabe o
quanto é difícil entrar em um programa de trainee. Isso pode abrir
algumas portas, mas não é garantia de contratação", lembra Sofia
do Amaral, da Cia. de Talentos.
O programa pode até ser um diferencial no currículo, mas o tiro
também pode sair pela culatra, na
opinião de Roberto Santos, da
Ateliê Desenvolvimento Humano
e Organizacional. "Eu me perguntaria por que a pessoa não foi
aproveitada na empresa em que
fez o programa", diz. "Estagiário
que sai daqui consegue logo uma
recolocação. O nome da marca
pesa no currículo", pondera a
coordenadora de estágio da Alcoa, Elisangela Martins.
(RGV)
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