São Paulo, domingo, 22 de agosto de 2004

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AUMENTO

Mercado sinaliza que momento é de melhorar salário

Fernando Moraes/Folha Imagem
A secretária-executiva Ruth Sellan esperou um ano para pedir um reajuste no salário; na semana passada, ela criou coragem e fez o pedido, mas ainda não obteve resposta


BRUNO LIMA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Quer aumento? A hora é agora, afirmam entidades de representação coletiva como CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical. Os consultores de RH (recursos humanos) concordam e dizem que o momento também é bom para que o profissional, sozinho, renegocie seu salário.
Para os sindicalistas, o contexto, comparado ao início da década de 90, é de maior poder de negociação. "Estamos em um processo de retomada do crescimento da economia. Essa situação favorece a discussão sobre salários, não somente com uma simples reposição, mas com ganhos reais", defende o presidente da CUT, Luiz Marinho. "Não é uma situação de pleno emprego, não está tudo resolvido, mas, do ponto de vista individual, analisando a situação de sua empresa, o profissional pode obter benefícios."
Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, que atualmente preside a Força Sindical, o clima positivo começou em meados de junho, quando as negociações coletivas passaram a ter ganhos reais. "Quando começa a melhorar a produção, os trabalhadores também podem buscar melhorar sua situação. O clima é muito favorável à negociação", diz.
Mas será que essa conjuntura já deixou as empresas mais dispostas a conceder aumentos? Os consultores de RH afirmam que sim. "O profissional pode pedir, esse é um bom momento", afirma Renata Perrone, consultora de RH da Manager Assessoria em Recursos Humanos. "Há muita gente que reclama, mas sente medo de pedir. Pode ser que a empresa ainda não tenha como dar aumento em carteira, mas ofereça remuneração variável ou participação nos lucros."
A recomendação é analisar a situação de cada empresa, mas a tendência geral, de crescimento da oferta de emprego, favorece a valorização dos profissionais. Levantamento do Grupo Catho, por exemplo, mostra que a disponibilidade de vagas neste ano é 37% maior do que em 2003.


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