São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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Reajuste na remuneração fixa chega a 80%, dizem consultores

Puxado por bancos norte-americanos, aumento beneficia apenas "talentos raros" em finanças

Momento é favorável aos profissionais mais experientes da área de investimentos no país, segundo recrutadores

DE SÃO PAULO

Em resposta às pressões pós-crise global para diminuir os altos bônus e parte dos riscos a eles associados, os bancos norte-americanos foram os que mais reforçaram a remuneração fixa de seus melhores talentos.
Como reflexo disso, recrutadores do mercado financeiro das consultorias Hays, Mercer, Michael Page, Robert Half, Russell Reynolds e Towers Watson apontam reajustes que variam, dependendo do cargo e do banco, de 15% a 80% na carteira de trabalho de "bankers" e "traders" no país.
Esses profissionais podem receber de R$ 3.500 a R$ 45 mil por mês, sem contar os bônus anuais, com valores que chegam a R$ 1,8 milhão, aponta a tabela salarial de março da Robert Half.
O movimento agressivo de bancos norte-americanos começou no segundo semestre de 2009 para compensar parte das perdas na remuneração variável, analisa Fábio Saad, responsável pelo setor financeiro da Robert Half.
O acréscimo, contudo, não foi para todos. "O foco são as "moscas brancas'", destaca Joaquim Patto, líder de finanças da Mercer, em referência aos "talentos raros" da área.
As instituições financeiras europeias, em contraposição, têm preferido o reforço no salário variável de longo prazo, apontam analistas.
Como o mercado brasileiro está mais aquecido do que o europeu e o norte-americano, são os profissionais daqui que podem se beneficiar da disputa por talentos entre os grandes bancos investidores que atuam no país.
Assim, dizem os consultores, bancos europeus devem perder talentos para os do Brasil, que apresenta remuneração mais competitiva.
Mercado imobiliário, fundos multimercado e de ações, "private equity" e as ofertas públicas de ações estão entre os focos mais promissores de atuação, afirma Renato Furtado, diretor-executivo da Russell Reynolds.


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