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concursos
Funcionários públicos são vítimas de politicagem
LUCIANE CRIPPA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Há pouco mais de um ano, a
socióloga J.A., 55, que há 18
anos é funcionária de uma empresa pública, viu-se envolvida
numa disputa política.
Durante o desenvolvimento
de um projeto, uma nova diretoria assumiu a área e, segundo
a profissional, afirmou que J.A.
tinha envolvimento com um
grupo político rival. Nesse
ponto, de acordo com ela, começaram as represálias.
A socióloga diz que a diretoria desmanchou sua equipe e
iniciou um processo para tirá-la da organização. Ainda que tenha impedido seu afastamento,
pois não havia provas do seu
envolvimento político, J.A.
perdeu poder de decisão.
Assim como ela, outros funcionários públicos são vítimas
de represálias ligadas à politicagem no trabalho.
A.I., 49, analista de finanças
em uma autarquia pública, diz
que teve problemas logo nos
primeiros meses de serviço.
Segundo ela, sua chefe lhe
passava trabalhos aquém da
sua qualificação e a desmerecia
na frente de colegas.
De acordo com A.I., na empresa não há promoção por mérito, e sim devido a relacionamentos pessoais.
Interesses
Com benefícios particulares
em jogo, as manobras profissionais podem se sobrepor ao
alcance de resultados.
"É o caso de um profissional
que visa a uma indicação para
um cargo governamental. Ele
não cobra a equipe pelo resultado em si, mas para lhe garantir visibilidade", avalia Marisabel Ribeiro, diretora da área de
desenvolvimento da Right
Management.
Ribeiro foi funcionária pública por 16 anos, mas pediu exoneração. "Queria me destacar
como profissional, por mérito."
Na semana passada, o governador José Serra encaminhou à
Assembléia Legislativa uma
proposta que pede a promoção
por mérito, e não por tempo
de serviço, para servidores de
atividades-meio, como contadores e motoristas.
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